Conhecido como “O Terceiro Gênio” da comédia, comparado a Chaplin e Buster Keaton, foi um dos principais atores do cinema mudo
Criou um tipo cômico de grande sucesso na era do cinema mudo americano
Harold Lloyd (Burchard, Nebraska, 20 de abril de 1893 – Beverly Hills, Califórnia, 8 de março de 1971), ator de cinema norte-americano.
Lloyd costumava interpretar um fraco e inocente rapaz enfrentando dificuldades amorosas, financeiras e pessoas espertas, sempre preservando o chapéu de palha e os óculos com aros de tartaruga.
Com seus ternos bem cortados, seus enormes óculos redondos de aro de tartaruga e uma elegante palheta que tirava sempre com uma ligeira curvatura de corpo para cumprimentar as senhoras, Harold Lloyd foi o anti-Chaplin da era de esplendor da comédia americana do velho cinema mudo. Harold Clayton Lloyd em vez de fazer graça com a fome ou ridicularizar a polícia como o vagabundo Carlitos, preferia usar as trucagens do pioneiro Georges Méliès para levar o público a oscilar entre o riso e o susto, em cenas como as do filme “O Homem-Mosca”, de 1923, em que escalava um edifício de Nova York pelo lado de fora.
Filho de uma família modesta da vila de Burchard, no Estado de Nebrasca, a própria trajetória artística do simpático e bem barbeado Harold Clayton Lloyd servia para demonstrar as vantagens do culto americano do otimismo dos anos 20. Dez anos depois de começar em 1913, ganhando 3 dólares para dizer uma frase vestido de índio em uma comédia da Companhia Edison, em San Diego, a persistência do ator conhecido por seus óculos desde 1917 leva-o ao sucesso em 1923 com”O Homem-Mosca”, e em 1925 já não deixa dúvidas quanto ao simbolismo do título do seu filme O Milionário Gaiato. Harold Lloyd ganhava então 60 000 dólares por semana e era um dos artistas mais bem pagos de Hollywood.
Casado desde 1923 com Mildred Davis, sua companheira de vários filmes, Harold Lloyd constrói em Beverly Hills uma luxuosa residência em estilo renascentista italiano, e está no auge quando surgem as primeiras dificuldades. O cinema falado, surgido em 1927 (“O Cantor de Jazz”), substitui o velho “gag” visual pelos diálogos, e o comediante é obrigado a rever todo o esquema de situações vertiginosas que constituíam o segredo da sua graça. Mas, ainda uma vez, tal como em 1919, quando uma bomba estourou em sua mão no estúdio arrancando-lhe dois dedos (e obrigando-o desde então a usar luvas), Harold Lloyd não desiste e começa a fazer filmes sonoros: “Haroldo Trepa-Trepa” (1930), “Cinemaníaco” (1932), “O Testa-de-Ferro” (1934), “Haroldo Tapa-Olho” (1936) e “O Professor Faraó” (1938).
O tempo do pastelão tinha, porém, passado de vez, e depois de aparecer em Trapalhadas do Haroldo, em 1950 (o que fez lembrar seu nome para um Oscar especial por sua contribuição ao cinema, em 1952), Harold Lloyd limitou-se a produzir em 1962 uma coletânea de seus velhos filmes aplaudida durante o Festival de Cannes sob o título de “Harold Lloyd, o Rei do Riso”. Encerrado em sua fabulosa mansão de Hollywood, o ator conforma-se então com o silêncio, mas sem nunca ter renunciado à escalada do otimismo. Harold Lloyd pertencia à maçonaria, e quando, nos anos 50, recebeu na Loja Maçônica El Malakau o título de potentado, entre os presentes estava o ex-presidente americano Harry Truman.
Em 1957, Lloyd recebeu um Oscar honorário por ser um “mestre comediante e bom cidadão. A segunda citação foi uma afronta a Chaplin, que tinha acabado de ter seu visto de entrada nos Estados Unidos revogado
Harold Lloyd morreu no dia 9 de março, 1971, aos 77 anos, de câncer, em Hollywood.
(Fonte: Veja, 17 de março, 1971 - Edição 132 - DATAS – Pág; 84)
No filme mudo O Homem Mosca (Safety Last!), de 1923, o personagem principal é um jovem duro que sai do interior (Lloyd), onde deixa a namorada (Mildred Davis), e vai para a cidade grande, em busca de oportunidades, dinheiro, para poder se casar.
O que garantiu a Harold Lloyd o sucesso num tempo em que os atores raramente dispunham de dublês, foi o trabalho duro, ao perder dois dedos durante a filmagem de uma cena explosiva.
Passou a usar uma luva cor da pela, daí em diante, para continuar trabalhando. Mas, como a vida não é feita só de agruras, em 1923, mesmo ano em que protagonizou O Homem Mosca, Harold Lloyd casou-se com a “mocinha” da fita, Mildred Davis (1901-1969), também na vida real.
(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 17.977 – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves/ Lucas Vidal – 1º de janeiro de 2015 – Pág: 40)
20 filmes do comediante Harold Lloyd, o “Terceiro Gênio” do Cinema Mudo
1 “O Homem Mosca”, 1923
A cena mais famosa de Harold Lloyd é com seu personagem pendurado em um relógio, segurando-se em um dos ponteiros, no alto de um prédio, que foi feita por ele mesmo, se o uso de dublês. Durante o processo de subida no prédio, Lloyd se depara com vários problemas, como se enrolar em uma rede de tênis, pipocas que caem de uma janela, pombos, um rato que entra por dentro de sua calça e, enquanto ele tenta se livrar do rato, as pessoas que o assistem no alto do prédio, aplaudem sua dança
2 “O Maricas”, 1924
Neste filme, Harold Lloyd interpreta o balconista de uma loja que, para evitar o casamento da namorada com um vilão, atravessa toda a cidade com vários meios de transporte, como carro, cavalo, motocicleta, bonde e até uma carroça
3 – “Pancrácio, empregado improvisado”, 1923
Em meio às trapalhadas de Lloyd, ele tem um romance com Mildred Davis
4 – “Spitball Sadie”, 1915
Neste filme de 1915 nasceu o personagem “Lonesome Luke”, conhecido no Brasil como Hipólito, que vestia roupas muito justas e usava um bigodinho feito com dois traços de maquiagem
5 – “O Predileto da Vovozinha”, 1922
Foi um dos primeiros longas do ator
6 – “O Caçula”, 1927
Como era um de seus filmes preferidos, até o final da vida, Lloyd comparecia a exibições do filme em escolas e cinemas. Nele, além de ator principal, Lloyd foi também o diretor
7 – “O Calouro”, 1925
Também foi um dos filmes preferidos pelo ator
8 – “Milagres do Azar”, 1923
9 – “O Milionário Gaiato”, 1926
10 – “A Via Láctea”, 1936
11 – “Sogra Fantasma”, 1924
12 – “Namorando por Vicio”, 1917
Neste filme, Lloyd interpreta um jovem que observa a linda garota, interpretada pela atriz Bebe Daniels, no parque e a segue até o bar, onde a moça trabalha. Com toda sua timidez e atrapalhado como a maioria de seus personagens, Lloyd come e joga algo no chão, fazendo o garçom escorregar e cair e o obrigando a deixar o bar e desistir da garota
13 – “Marinheiro de Água Doce”, 1921
14 – “Alta Roda”, 1921
Com o ator James T Kelley
15 – “O Príncipe Mascarado”, 1920
Com Mildred Davis
16 – “Questão de Jeito”, 1918
Com William Gillespie e Nina Speight
17 – “Casa-te e Verás”, 1921
Em meio às trapalhadas de Lloyd, ele tem um romance com Mildred Davis
18 – “O Solitário Luke Perde Pacientes”, 1917
Luke dirige um sanatório e escolhe com cuidado suas enfermeiras muito atraentes
Com a atriz Nina Speight
19 – “Harold Veloz”, 1928
Com Ann Christy
20 – “Através da Broadway”, 1919
(Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br – BOL LISTAS – 20 filmes do comediante Harold Lloyd, o “Terceiro Gênio” do Cinema Mudo – 20/04/2016)