Lon Nol, responsável pela deportação do príncipe Norodom Sihanouk, através de um golpe de estado

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Relembre os fatos que antecederam o genocídio no Camboja

Queda da monarquia

Lon Nol (Prey Veng, 13 de novembro de 1913 -– Fullerton, 17 de novembro de 1985), marechal, primeiro-ministro cambojano, responsável pela deportação do príncipe Norodom Sihanouk (1922-2012), através de um golpe de estado.

O movimento comunista no Camboja surgiu em meio à luta do país contra a colonização francesa nos anos 1940, influenciado pelos vietnamitas e impulsionado pela primeira Guerra da Indochina nos anos 1950. Em março de 1970, o marechal Lon Nol, um político cambojano que já tinha sido primeiro-ministro, conseguiu depor o príncipe Norodom Sihanouk através de um golpe de estado e derrubar a monarquia, com ajuda de seus parceiros pró-americanos. Paralelamente, o Khmer Vermelho – como era conhecido o Partido Comunista de Kampuchea – ganhou força e começou a crescer.

Nos anos 1970, o Khmer Vermelho se posicionou como um dos principais atores militares do país, especialmente ao enfrentar as forças de Lon Nol em 1973 sob a liderança de Pol Pot, líder do partido. Nesse ano, o Exército do regime, com o apoio dos Estados Unidos, bombardeou o Camboja com 500.000 toneladas de bombas, que mataram cerca de 300.000 pessoas. Com isso, muitos dos familiares das vítimas se juntaram à revolução do Khmer Vermelho, até que o partido conquistou o apoio de aproximadamente 85% do território cambojano. Mesmo assim, as forças de Lon Nol ainda conseguiram lutar contra os comunistas por dois anos, graças à ajuda americana. Em 17 de abril de 1975, o Khmer Vermelho entrou finalmente na capital Phnom Penh e libertou o país das intervenções externas, dos bombardeios e da guerra civil.

Em 1976, foi estabelecido o Estado Democrático Kampuchea, governado pelo Khmer Vermelho até janeiro de 1979. Logo que tomaram o poder, seus dirigentes forçaram milhões de pessoas de Phnom Penh e outras cidades a irem trabalhar no campo – milhares morreram durante a evacuação. A desculpa que davam à população era a iminência de um longo bombardeio americano – o que não parecia um absurdo. De 1965 a 1973, mais bombas caíram no Camboja do que no Japão durante a II Guerra Mundial, incluindo as duas bombas nucleares de agosto de 1945. Na realidade, o objetivo era construir no Camboja uma utópica sociedade agrária, baseada nos ideais maoístas, sem diferenças de classes.

Os líderes do Khmer Vermelho defendiam a eliminação dos intelectuais e a reeducação dos adultos por meio do trabalho manual. O dinheiro foi extinto, assim como a propriedade privada, as escolas, os centros religiosos, as lojas e os prédios administrativos. Os direitos humanos mais básicos foram desrespeitados. A população cambojana foi perseguida, privada de alimento e executada. O simples fato de alguém usar óculos poderia valer uma sentença de extermínio. Aos poucos, o Khmer Vermelho foi transformando o país em um grande centro de detenção, que depois se transformou em um verdadeiro cemitério. Como o Camboja fechou as portas para o resto do mundo, só mais tarde a verdade cruel veio à tona. Num país de somente 7 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões foram assassinados por seus próprios líderes, e seus corpos, empilhados em covas coletivas dos campos de matança. Muitos dos soldados do regime eram crianças.

O principal mentor de tamanha aberração ideológica e mortífera nunca chegou a enfrentar a história. Pol Pot morreu em 1998, quando se encontrava foragido no coração da selva cambojana. Somente em 2009 os horrores daquela época começaram a ser julgados. Em julho de 2010, um dos chefes torturadores do antigo regime foi condenado a 35 anos de prisão pelo tribunal internacional – depois sua pena foi reduzida para 19 anos. Kaing Guek Eav, mais conhecido como Duch, que dirigiu um grande centro de detenção e torturas, foi o primeiro entre cinco réus da corte – o único que admitiu culpa e pediu perdão pelas nas atrocidades cometidas durante o Khmer Vermelho. Recentemente, começaram a ser julgados Khieu Samphan, ex-presidente da República Democrática de Kampuchea; Nuon Chea, número dois e ideólogo do regime; e Ieng Sary (1925-2013), ex-ministro de Exteriores. Ieng Thirith, mulher deste último e antiga encarregada de Assuntos Sociais de Pol Pot, não foi julgada até agora por ser considerada demente.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1246046 – MUNDO – Da EFE – 14/03/2013)
(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional- MUNDO – Com agências France-Presse e EFE – Internacional – Ásia – 14/03/2013)

Presidente do Camboja foge

O presidente do Camboja, marechal Lon Nol, fugiu do país pressionado pelos rebeldes, que comemoraram com foguetes nas ruas de Phnom Penh (principal centro financeiro, corporativo, econômico e político do Camboja).

Nol deixou o país em grave crise financeira e em estado de guerra civil.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 18.068 – HÁ 40 ANOS EM ZH – 2 de abril de 1975/2015 – Pág: 52)

 

 

 

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