Lucy Gallardo (Buenos Aires, 23 de dezembro de 1929 – Los Angeles, 11 de agosto de 2012), atriz e autora argentina que estrelou dezenas de produções mexicanas, incluindo o clássico surrealista “O Anjo Exterminador” (El Ángel Exterminador, 1962) do espanhol Luis Buñuel.
Nascida em 23 de dezembro de 1929 em Buenos Aires, Lucía Elida Cardarell começou sua carreira como atriz nas produções “Todo un Héroe” e “Ángeles Sin Uniforme”, ambas produções argentinas de 1949. Nessa mesma época, ela se casou com ator Luis Aldás (La Devoradora, 1946). No entanto, o casamento logo acabou, o que a levou se mudar pra o México, onde construiria toda sua vida.
A primeira produção mexicana da qual participou foi “De Carne Somos” (1955), do diretor aclamado internacionalmente Roberto Gavaldón (1909-1986). A produção foi o estopim para uma carreira prolífica no cinema e na TV.
Em 1957, ela ganhou seu primeiro prêmio Ariel (o Oscar mexicano) pelo filme “Con Quién Andan Nuestras Hijas?”, na categoria de Mehor Atriz Coadjuvante. O feito foi repetido no ano seguinte, quando ela venceu o mesmo prêmio pela produção “Bambalinas”, de Tulio Demicheli (1914-1992). O sucesso a levou trabalhar novamente com o diretor em “Desnúdate, Lucrecia” (1958), ao lado da estrela mexicana Silvia Pinal. As duas voltariam a contracenar quatro anos depois, em um dos maiores clássicos do cinema mundial, o marco surrealista “O Anjo Exterminador”.
Exibido no Festival de Cannes de 1962, o filme narrava a história de um grupo de ricaços que se reúnem para jantar em uma mansão de onde jamais conseguem sair – não porque as portas estão trancadas, mas por conta de uma série de acontecimentos absurdos e inexplicáveis que postergam infinitamente sua saída, até a deterioração completa da civilidade. Na trama, Lucy interpretava a anfitriã, casada com o personagem de Enrique Rambal, seu marido também fora do set.
Do casamento com Rambal, Lucy teve uma filha, Rebecca Rambal, que seguiu os passos dos pais e hoje é atriz e apresentadora de TV. Os dois ficaram juntos até a morte de Enrique, em 1971.
Lucy seguiu em frente com sua carreira, estrelando filmes como “La Juventud se Impone” (1964), “Los Adolescentes” (1968) e “Las Fieras” (1969), até encontrar na TV a personagem que a marcaria no imaginário mexicano: Lucy Escala na telenovela “El Amor Tiene Cara de Mujer” (1970), remake de uma produção argentina de sucesso.
A refilmagem é a telenovela de maior duração na TV mexicana, com um total de 760 episódios exibidos. Na trama, Lucy vivia a dona do salão de beleza onde acontecia boa parte da ação, acompanhando a trajetória de quatro mulheres. O sucesso foi tanto que Lucy reprisou o papel na versão para o cinema, produzida em 1973.
Ela ainda protagonizou a novela “Cautiva”, em 1986, e, demonstrando versatilidade, também participou da equipe de roteiristas das novelas “A Estranha Dama” (1986) e “Cosencharás Tu Siembra” (1991).
Após se mudar para Los Angeles, Lucy estrelou “Te Amaré em Silêncio” (2003), novela rodada naquela cidade e produzida nos EUA para o público hispânico. Seu último trabalho foi o drama independente “How the Garcia Girls Spent Their Summer” (2005), que ela protagonizou ao lado de Elizabeth Peña (série “Off the Map”) e America Ferrera (a “Ugly Betty”) – O filme fez parte da seleção oficial do Festival de Sundance.
Ela deixou a única filha, com quem vivia em Los Angeles, e um respeitável legado na história do cinema e da TV latina.
Lucy Gallardo morreu em 11 de agosto de 2012, aos 82 anos em sua casa em Los Angeles devido a problemas pulmonares crônicos.
(Fonte: http://pipocamoderna.com.br/lucy-gallardo-1929-2012/201699 – CINEMA/ por Lucas Procópio – 16 ago 2012)
(Fonte: http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2012/08/14 – CINEMA – 14 de ago de 2012)