Um jurista de memória prodigiosa
Luiz Pinto Ferreira (Recife, 7 de outubro de 1918 – Recife, Pernambuco, 7 de abril de 2009), jurista, um dos fundadores do MDB. Professor por muitos anos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Era também o presidente emérito da Sociedade Pernambucana de Cultura e Ensino (Sopece).
Com apenas 25 anos, Ferreira tornou-se professor titular. Na banca que o consagrou, o debate foi travado em várias línguas -ele falava outras sete, além do português: latim, russo, alemão, francês, italiano, inglês e espanhol.
Tinha ainda mais de cem livros publicados.
Jurista, também teve passagem pela política: foi um dos fundadores do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e senador da República na década de 1970.
Ferreira nasceu em outubro de 1918. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais, o jurista foi fundador do MDB e presidente do partido em Pernambuco. Também foi senador na década de 70. Em 1975, foi eleito por unanimidade para a Academia Pernambucana de Letras.
Ferreira escreveu obras clássicas adotadas por universidades de toda América Latina nos campos do direito público e privado. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra-Portugal em julho de 1999.
Pouco antes de tomar posse na Academia Pernambucana de Letras, em 1975, Luiz Pinto Ferreira distribuiu seu discurso à imprensa. Por duas horas, sem precisar olhar para o papel, repetiu cada palavra que escrevera.
A história é de Ivo Dantas, que se admirava com a memória do amigo, a quem substituiu na cadeira de direito constitucional da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), em 2000.
A paixão, no entanto, era o ensino. Depois de aposentado compulsoriamente na universidade, há 20 anos, arrumou um jeito de continuar ensinando: abriu a Sopece (Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco).
Na UFPE, Ferreira ensinou toda a família. A mulher ele conheceu quando ela era sua aluna. Ao filho, Luiz, deu aulas na graduação; e à filha, Maria Regina, no mestrado.
Luiz Pinto Ferreira faleceu no dia 7 de abril de 2009, em Recife (PE), por complicações de um AVC (acidente vascular cerebral) sofrido há dois anos, ele estava com 90 anos.
(Fonte: Zero Hora – ANO 45 – N° 15.925 – MEMÓRIA / TRIBUTO – 8 de abril de 2009 – Pág: 44)
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO / COTIDIANO / Por TALITA BEDINELLI / DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 14 de abril de 2009)
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