Santa dos pobres
Madre Teresa de Calcutá, a católica mais admirada do mundo depois do papa
Madre Teresa de Calcutá (Skopje, (atual Macedônia), 26 de agosto de 1910 – Calcutá, 5 de setembro de 1997), líder religiosa, a freira baixinha e decidida que em 1979 ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho com os destituídos do mundo.
Madre Teresa é também conhecida como a Santa Teresa de Calcutá, e seu nome verdadeiro era Anjeze Gonxhe Bojaxhiu. A palavra “Anjeze” significa “pequena flor” em albanês. Antes de se mudar para a Índia, Madre Teresa partiu para a Irlanda para aprender inglês em 1928. Depois disso, ela nunca mais viu sua mãe e suas irmãs.
O papa João Paulo II declarou-se “sentido e entristecido”. Madre Teresa e o papa tinham grande afinidade. Na primeira vez em que se encontraram, em fevereiro de 1986, o papa visitava Calcutá e foi até Nirmal Hriday, o asilo que ela fundou e que é o quartel-general da sua ordem, a Congregação das Missionárias da Caridade. Ansiosa, ela subiu no papamóvel – a primeira e única mulher a fazê-lo – e abraçou João Paulo II, enquanto os moradores da miserável e superlotada favela de Kalighat aplaudiam. Tornaram-se grandes amigos, e ela tornou-se uma embaixadora informal do Vaticano, levando mensagens papais a dirigentes de países onde a Igreja Católica não podia atuar. Conservadora até a ponta do hábito-sári branco com listas azuis, foi recrutada para campanhas contra o aborto e a favor do celibato dos religiosos.
Nascida na atual Macedônia, de pais albaneses, Madre Teresa tornou-se freira aos 18 anos e foi para Calcutá logo depois, dar aulas em um convento. Contava que, em 1946, com suspeita de tuberculose, viajou para as montanhas para se tratar: “No trem, ouvi o chamado para largar tudo e ir para as favelas, servir a Deus entre os mais pobres dos pobres”. Deixou sua ordem, abriu o asilo de Nirmal Hriday e fundou a ordem que tem hoje 4.500 freiras trabalhando em quase 600 casas de caridade em 111 países. No Brasil, as missionárias chegaram em 1979 a casa pioneira, na Bahia, foi inaugurada pela própria madre – e mantêm atualmente 38 abrigos. Teimosa e determinada, Madre Teresa, em nome da sua missão, foi abrindo caminho entre governantes, políticos e milionários. Com Diana, também ligada a causas humanitárias, teve quatro encontros, dando inclusive conselhos quando seu casamento com o príncipe Charles desmoronou.
Sem analgésico Sua substituta à frente da ordem, a indiana irmã Nirmala, foi eleita em março de 1997. Vai ter muito trabalho para chegar à altura de Madre Teresa, que tinha só 1,49 metro mas arrancava contribuições milionárias para seu trabalho. Este, aliás, foi um dos aspectos destacados no documentário Anjo do Inferno, da TV inglesa, crítica devastadora dos métodos de trabalho da madre. Segundo o documentário, ela nunca ligou para a ideologia ou a honestidade dos doadores entre eles o ex-ditador do Haiti, Jean-Claude Duvalier, e o escroque americano Charles Keating, defendido por ela como um homem “gentil e generoso para com os pobres de Deus”. O mesmo documentário também revelou que nos abrigos para doentes pouco se usava analgésico Madre Teresa, retratada no programa como uma pessoa “obscurantista e servil aos poderes terrenos”, achava que sofrer encurtava o caminho para o céu. No abrigo de Calcutá, lotado de pacientes à morte, uma inscrição na parede diz: “Estou a caminho do paraíso”. As críticas passaram sem deixar marca. O presidente Bill Clinton, a rainha Elizabeth, dignatários do mundo todo manifestaram pesar por sua morte. Na madrugada de Calcutá, centenas de policiais tentavam controlar a multidão que se amontoava para prestar sua última homenagem à “Mãe”, como era chamada na Índia.
O dia 31 de agosto estava triste para Madre Teresa de Calcutá e os destituídos do mundo. Perdera uma amiga, a princesa Diana. Além disso, seus problemas de saúde, que incluíam coração à base de marcapasso, crises de malária e pneumonia recorrente, agravaram-se. Instalada em uma cadeira de rodas, ela mantinha-se, como sempre, na ativa. Já que não podia ir a Londres, pretendia participar, de um ato em memória da princesa em Calcutá, onde morava há quase setenta anos. Na noite de sexta-feira, 5 de setembro seu médico foi chamado às pressas. Não adiantou. Aos 87 anos, Madre Teresa, a figura mais famosa e admirada do catolicismo atual depois do papa, perdeu a batalha entre seu organismo debilitado e frágil e sua vontade de ferro e morreu vítima de ataque cardíaco.
(Fonte: Correio do Povo – ANO 116 – Nº 330 – Cronologia – 26 de agosto de 2011)
(Fonte: https://zoo.com – Nascidos para liderar! Destinados a grandeza! Fadados a serem lembrados ao longo do tempo! / Por Narra Jackson em February 23, 2018)
(Fonte: Veja, 10 de setembro, 1997 – ANO 30 – N° 36 – Edição 1512 – Memória/Religião/ Por Lizia Bydlowski – Pág; 128)