Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, Águeda, 12 de maio de 1936), escritor e político português com “vasta obra literária, traduzida e publicada em diversos países”
Manuel Alegre, que nasceu em Águeda em maio de 1936, “como poeta, começou a destacar-se nas coletâneas Poemas Livres (1963-1965). Mas o grande reconhecimento nasce com os seus dois volumes de poemas, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967), apreendidos pelas autoridades antes do 25 de Abril, mas com grande circulação nos meios intelectuais”, reeditado em março, 50 anos após a sua edição.
“Estreando-se na ficção com Jornada de África, em 1989, Manuel Alegre tem hoje uma vasta obra literária, traduzida e publicada em diversos países”.
O escritor
Manuel Alegre nasceu em Águeda em 1936. Foi o primeiro português a receber o diploma de membro honorário do Conselho da Europa. Entre outras condecorações, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, no seu país natal, a Comenda da Ordem de Isabel a Católica, na Espanha. Como poeta, começou a destacar-se nas coletâneas “Poemas Livres” (1963-1965). Mas o grande reconhecimento nasce com os seus dois volumes de poemas, “Praça da Canção” (1965) e “O Canto e as Armas” (1967), apreendidos pelas autoridades antes da revolução que pôs fim ao regime político de Salazar em 25 de abril de 1974.
Resistente anti-fascista, Alegre combateu na guerra colonial em Angola para depois não o acusarem de desertor. Foi exilado na Argélia durante o Estado Novo e, como membro do Partido Socialista, foi secretário do ex-presidente português Mario Soares, em 1974. No ano seguinte, foi deputado na Assembleia Constituinte. Por duas vezes se candidatou ao cargo de Presidente de Portugal, em 2006 e 2011. Além disso, seus poemas tornaram-se fados interpretados por grandes nomes como Adriano Correia de Oliveira e Amália Rodrigues.
Autor português Manuel Alegre vence o Prêmio Camões 2017
Poeta de 81 anos foi anunciado como ganhador da distinção em 8 de junho de 2017
A escolha do poeta para distinção, que reconhece a “vasta obra literária, traduzida e publicada em diversos países”, foi anunciada na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, após reunião do júri.
Com a escolha, Portugal ganha seu 12º prêmio e se iguala ao Brasil. A cerimônia de entrega foi em Lisboa.
O Prêmio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o maior prêmio de prestígio da língua portuguesa. Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.
O Prêmio Camões escolhe todo ano um escritor lusófono pelo conjunto de sua obra, que recebe 100 mil euros como prêmio.
O júri foi formado pelos escritores Jose Luiz Tavares (Cabo Verde), Lourenço Joaquim da Costa Rosário (Moçambique), Maria João Reynaud (Portugal), Paula Morão (Portugal), José Luís Jobim de Salles Fonseca (Brasil) e Leyla Perrone Moisés (Brasil).
Em 2016, o vencedor foi o paulista Raduan Nassar, que, em seu discurso de aceitação, fez duras críticos ao governo.
“O meu reconhecimento maior é o que vem dos meus leitores através dos tempos, vencendo várias formas de censura. Naturalmente, uma distinção desta natureza tem o significado que tem”, disse Alegre em comunicado à imprensa portuguesa.
(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/Variedades/Literatura/2017/6 – Arte & Agenda – Variedades – Literatura – 08/06/2017)
(Fonte: http://www.dn.pt/artes – ARTES – LITERATURA – 08 DE JUNHO DE 2017)