Maquiavel (Niccolò Machiavelli, 1459-1527), amargurado político italiano, que viu todos seus projetos dissolvidos pela incompetência dos poderosos da época.
Considerado um diplomata florentino hábil em aplicar na alcova as táticas de um bom político.
Maquiavel expôs em “O Príncipe”, publicado em 1513, seus pensamentos mais importantes.
Na comédia “A Mandrágora”, escrita no fim da vida pelo político italiano, compreendeu a mistura de grosseria, sagacidade e inteligência que caracteriza a Renascença italiana.
No fim da vida, porém, em sua casa de campo da Toscana, onde se aborrecia, entre outras coisas, por não ser mais poderoso, ele precisava, também, se divertir.
E escreveu esta farsa que seria convencional se nela não se sentisse o olho arguto de quem soube dissecar as intenções de papas e imperadores com os quais conviveu, discutiu e brigou. Se não fosse tão bem escrita, a história seria pueril.
Uma peça tão boa de encenar que justifica o entusiasmo do historiador inglês Lorde Macarlay (1800-1859), que afirmou: “A Mandrágora é obra de um homem que, se tivesse se dedicado ao drama, provavelmente atingiria o apogeu.”
(Fonte: Veja, 15 de outubro de 1975 – Edição 371 – LIVROS/ A MANDRÁGORA/ Por Marinho de Azevedo – Pág: 69/70)