Marella Agnelli Caracciolo, viúva de Gianni Agnelli e uma das maiores socialites de todos os tempos
A socialite italiana Marella Agnelli era viúva do ex-CEO da Fiat Gianni Agnelli
Marella Agnelli (Florença, no dia 4 de maio de 1927 – Turin, na Itália, em 23 de fevereiro de 2019), designer, socialite e colecionadora de arte, viúva de Gianni Agnelli (1921-2003), ex-CEO da Fiat e ex-senador vitalício da Itália.
Nascida em Florença, no dia 4 de maio de 1927, Marella pertencia a uma antiga família da aristocracia napolitana e frequentou academias de artes no exterior. Em Nova York, trabalhou como assistente do fotógrafo alemão Erwin Blumenfeld (1897-1941) e, ao voltar à Itália, colaborou com a revista Condé Nast.
Em 1953, se casou com Agnelli em Estrasburgo, na França, e teve dois filhos com o empreendedor: Edoardo (1954-2000) e Margherita. Nos anos seguintes, trabalhou como designer de tecidos e fotógrafa.
Na era de ouro das socialites, quando estas chamavam tanta atenção quanto as estrelas de cinema, a italiana Marella Agnelli Caracciolo estava entre as maiores “superstars” do seleto clube formado pelas mulheres que eram famosas simplesmente em razão do pedigree, da elegância e, tão indispensável quanto esses dois atributos, da capacidade de capturar imediatamente para si a atenção de todos ao seu redor. Justamente por isso, não é exagero dizer que um capítulo dos mais glamourosos do mundo dos muito ricos.
Descrita como “o último Cisne” por Truman Capote, em razão do look sofisticado que escolheu para ir ao “Black and White ball” que parou Nova York em novembro de 1966, Marella tinha tudo que uma socialite necessitava naqueles tempos: a origem nobre (o pai dela, Filippo Caracciolo, foi o nono príncipe de Castagneto), e o dinheiro, ao qual teve acesso quando se casou, em 1953, com o lendário presidente da Fiat Gianni Agnelli, uma espécie de “rei informal” da Itália temido e respeitados por todos. Os dois tiveram dois filhos, Margherita e Edoardo, este último morto em 2000, em um aparente suicídio. Aparente porque os mais príncipes do “príncipe”, como Edoardo era chamado, nunca acreditaram que ele teria tido a coragem de tirar a própria vida e sempre suspeitaram de um possível crime. Avó de oito netos, Marella passou seu últimos anos temendo que o mais notório deles, o playboy Lapo Elkann, eventualmente tivesse o mesmo fim.
Assim como todas as mulheres de renome de sua época, ela posou para os fotógrafos mais hypados e apareceu em todas as revistas de moda importantes. Com casas em Nova York, Londres, Paris e Roma, as festas que deu nestas residências entraram para a história. A reinvenção veio no começo dos anos 1970, quando Marella aceitou um job como desenvolvedora de tecidos e estampas para a empresa têxtil suíça Abraham Zumsteg, que também lhe rendeu parcerias com marcas do mesmo segmento como a Ratti (italiana), a Steiner (francesa), e as americanas Martex e Marshall Field. A partir dos anos 1980, ela começou a publicar livros, sempre autobiográficos e recheados de fotos exclusivas de seus melhores momentos pensadas sob medida para aqueles que sonhavam em ter um lifestyle tão interessante como o seu. Colecionadora de arte, Marella também foi presidente da Pinacoteca Giovanni e Marella Agnelli, com sede em Turin, e uma das maiores doadoras do Museu de Arte Moderna de NY.
Marella Agnelli faleceu em sua casa em Turin, na Itália, em 23 de fevereiro de 2019, aos 91 anos de idade, de causas naturais.
“A cidade de Turim expressa proximidade à família Agnelli pelo falecimento da senhora Marella”, disse a prefeita Chiara Appendino, acrescentando que a designer exercera “um papel importante no mundo da arte e da cultura”.
Já a Juventus, controlada pelos Agnelli, exprimiu “as mais sentidas e afetuosas condolências”. O funeral será na próxima segunda-feira (25), de forma privada, e a Prefeitura de Turim decretou luto oficial para homenagear Marella.