Maria Cecília França (Pirassununga (SP), 1927 – 27 de novembro de 2010), pioneira na geografia da religião
Com uma pesquisa sobre os santuários do Bom Jesus localizados no Estado de SP, Maria Cecília França tornou-se pioneira no estudo da geografia da religião no Brasil.
Sua tese de doutorado, com tema até então inédito, analisava cidades com “funções religiosas”: Iguape, Bom Jesus dos Perdões e Pirapora do Bom Jesus.
Em 1972, quando foi defendido, o trabalho ganhou o prêmio Governador do Estado. Anos depois, “Pequenos Centros Paulistas de Funções Religiosas” virou livro.
Cecília era muito ligada à religião, lembra a família. Em Taubaté (SP), chegou a estudar num colégio de freiras.
Devido à profissão itinerante do pai, um delegado de polícia, ela nasceu em Pirassununga (SP). Era de uma família de dez irmãos, sete mulheres. O irmão Ary França, por quem foi influenciada, foi professor catedrático de geografia humana da USP.
Assim, ela se formou na mesma universidade, onde deu aulas até se aposentar.
Morou um tempo na França e no Canadá e também traduziu livros do francês. Era tão dedicada que, certa vez, ligou para um autor na Suíça para saber o exato sentido de um termo que ele usara.
Os amigos professores da USP lembram de sua forte generosidade. Quando um estudante sob sua orientação vinha de outra cidade, ela lhe dava hospedagem.
Também era apaixonada por música clássica.
Cecília morreu no dia 27 de novembro de 2010, aos 83 anos, após um infarto.
(Fonte: www1.folha.uol.com.br – ESTÊVÃO BERTONI
– 02/12/2010)