Maria da Saudade Cortesão Mendes, poeta e tradutora de obras estrangeiras para a língua portuguesa.
Portuguesa de nascimento, Maria da Saudade passou grande parte da vida no Exterior. Com o agravamento da II Guerra Mundial, seu pai, o dramaturgo, poeta e historiador Jaime Cortesão, opositor do ditador Salazar, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, após passar por Paris e Madrid.
No Brasil, Maria da Saudade conheceu Murilo Mendes, com quem casou-se em 1947. Acompanhando o marido em missões de difusão da literatura brasileira, a poeta viajou pela Europa de 1952 a 1956. No ano seguinte, o casal fixou residência em Roma. Conviveu com Albert Camus, René Char, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, entre outros.
Depois de ficar viúva, em 1975, radicou-se em Lisboa, onde continuou suas atividades e começou novos projetos, com ajuda de amigos do marido, o museu de arte de Murilo Mendes e a sua cátedra.
Seu livro de estreia, Dançado Destino, recebeu o Prêmio Fábio Prado de Poesia. Entre as obras que traduziu estão Murder in the Cathedral, de Eliot, A Midsummer Nights Dream, de Shakespeare, e Calígula, de Albert Camus.
Maria da Saudade Cortesão Mendes morreu na quinta-feira, 25 de novembro de 2010, aos 97 anos, em Lisboa, Portugal. Ela era viúva do poeta brasileiro Murilo Mendes e irmã da ambientalista Judith Cortesão (falecida em 2007).
À Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Maria da Saudade doou parte do acervo de Murilo Mendes.
(Fonte: Zero Hora – Ano 47 – Memória – 2 de dezembro de 2010)