Clássica, mas muito moderna
Maria Helena da Rocha Pereira é um caso exemplar de uma paixão pela Grécia clássica que se traduziu num trabalho de enorme alcance, no domínio da tradução, da edição e dos estudos da cultura e da literatura.
Especialista em estudos clássicos e professora jubilada da Universidade de Coimbra
Maria Helena Monteiro da Rocha Pereira (Cedofeita, Porto, 3 de setembro de 1925 – Porto, 10 de abril de 2017), especialista portuguesa em Estudos Clássicos, primeira mulher doutorada pela Universidade de Coimbra
Natural do Porto, onde residia desde que deixou de lecionar e se jubilou, em 1995, Maria Helena da Rocha Pereira foi a primeira mulher doutorada e a primeira professora catedrática da Universidade de Coimbra.
Especialista em estudos literários, línguas e literaturas clássicas e cultura e literatura gregas, Maria Helena da Rocha Pereira foi autora de centenas de publicações, entre livros, traduções, monografias e artigos enciclopédicos, de acordo com a página eletrónica da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde começou a lecionar em 1951.
Maria Helena da Rocha Pereira, licenciou-se e doutorou-se em Estudos Clássicos na Universidade de Coimbra, em 1956, com a tese Concepções helênicas de felicidade no além: de Homero a Platão. Foi a primeira mulher doutorada naquela universidade e foi também a primeira professora catedrática na Universidade de Coimbra.
Especializou-se na Universidade de Oxford. Publicou mais de 300 livros e artigos, em Portugal e no estrangeiro. Entre as suas obras mais conhecidas estão os dois volumes dos Estudos de História da Cultura Clássica.
Em sua honra a Fundação Engenheiro António de Almeida criou o prêmio “Doutora Maria Helena da Rocha Pereira”, que visa galardoar uma tese de doutoramento em Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Maria Helena da Rocha Pereira foi também professora na Universidade do Porto, onde deu aulas de latim e grego antigo, entre 1948 e 1957.
Em 1964 tornou-se na primeira professora catedrática da Universidade de Coimbra, regendo literatura grega.
Sócia efetiva, desde 1991, da Academia das Ciências de Lisboa, Maria Helena da Rocha Pereira fez também parte de diversas outras academias e sociedades científicas portuguesas e estrangeiras.
Maria Helena da Rocha Pereira, que ocupou cargos como os de vice-reitora da Universidade de Coimbra e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras, foi diretora dos institutos de Arqueologia e de Estudos Clássicos da Universidade de Coimbra e diretora das revistas Biblos e Humanitas.
Distinguida com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago de Espada e doutorada ‘honoris causa’ pela Universidade de Lisboa, Maria Helena da Rocha Pereira também recebeu o prémio Ensaio do Pen Clube Português.
Foi várias vezes premiada, por exemplo em 1989 com o prêmio P.E.N. Clube Português de Ensaio pela obra Novos ensaios sobre temas clássicos na poesia portuguesa ou em 2006 com o Prêmio Trofeu Latino, da União Latina.
Em 2010, Maria Helena Rocha Pereira recebeu das mãos do Presidente da República, Cavaco Silva, o Prêmio Vida Literária, atribuído pela APE – Associação Portuguesa de Escritores.
Maria Helena Rocha Pereira morreu em Porto, em 10 de abril de 2017. Tinha 91 anos.
Numa entrevista a Anabela Mota Ribeiro, publicada no suplemento DNa, do Diário de Notícias, em 2003, lembrava esse momento: “Tenho gosto em tê-lo feito. O meu doutoramento foi o primeiro de uma senhora numa universidade que tinha 666 anos, na altura. Eu queria atingir essa meta, indispensável para poder continuar e para ensinar. Gosto muito de ensinar.”
Foi ainda homenageada com outros galardões como o Grande Prêmio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, Prêmio Universidade de Coimbra, Prêmio Eduardo Lourenço e Prêmio Jacinto do Prado Coelho, entre outros.
(Fonte: https://www.publico.pt/2017/04/10/culturaipsilon/noticia – NOTÍCIA – CULTURA ÍPSILON/ Por ANTÓNIO GUERREIRO – 10 de Abril de 2017)
(Fonte: http://www.tsf.pt/sociedade – SOCIEDADE – 10 DE ABRIL DE 2017)
(Fonte:http://www.dn.pt/artes – Diário de Notícias – ARTES – LIVROS – 10 DE ABRIL DE 2017)
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