Marie-René Alexis Saint-Leger, poeta e Nobel, amigo dos grandes intelectuais do século 20.

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Marie-René Alexis Saint-Leger (Guadalupe, nas Antilhas,, 31 de maio de 1887 – Giens, França, 20 de setembro de 1975), o poeta Saint-John Perse. Viajante infatigável, amigo dos grandes intelectuais do século 20, frequentador de salões mundanos, erudito invejado na Universidade de Harvard, embaixador francês e até exilado da França ocupada para os Estados Unidos – é também o poeta Saint-John Perse. Com este nome e sua obra foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1960.

Sua vida – cheia de aventuras e peripécias, em que não faltam perigos exóticos no oriente e romances nas Antilhas – nada diz do artista consciencioso, entregue a uma poesia difícil, hermética e cerebral. No entanto, como pano de fundo de sua criação, o vocabulário da vida aventurosa penetra em sua poesia dando-lhe às vezes certa ligação, que o exclui do grupo de poetas espirituais (como Paul Claudel ou Rainer Maria Rilke), no qual é colocado por alguns críticos. Para se penetrar no universo poético de “Anábase” (1924), é preciso entender o jogo entre a aventura, no sentido concreto, e a viagem enquanto forma de investigação espiritual.

PORTO SEGURO – A própria palavra “anábase”, tem de ser tomada não na tradição de Xenofonte (a épica da “retirada”) mas em sua acepção etimológica, “subir a cavalo”, “expedição para o interior”. Essa experiência é uma viagem para dentro da própria alma a fim de conhecer melhor sua potencialidade. Como um audaz marinheiro do oceano espiritual, o poeta é um constante “estrangeiro” que percorre os mapas da sensibilidade e das emoções à procura de um porto seguro onde possa ancorar sua alma.

(Fonte: Veja, 13 de fevereiro de 1980 – Edição n° 597 – LIVROS/ Por Silviano Santiago – Viagem da Alma, de Saint-John Perse – Pág; 95)
(Fonte: Veja, 1° de outubro de 1975 – Edição n° 369 – DATAS – Pág; 79)

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