Mário da Gama Kury, ex-diretor da Vale e maior tradutor brasileiro de clássicos greco-romanos

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Mário da Gama Kury, ex-diretor da Vale e maior tradutor brasileiro de clássicos greco-romanos

Mário da Gama Kury, advogado que exerceu o cargo de diretor comercial na Vale do Rio Doce nos anos 1970.

Kury foi o maior tradutor brasileiro de textos clássicos da cultura greco-romana.

Mário da Gama Kury doou em 18 de abril de 2013, à Academia Brasileira de Letras (ABL), 1.700 livros da coleção do advogado.

Na coleção há raridades, como um livro em latim sobre Aristóteles, de 1592, e um dicionário greco-romano, de 1877.

O escritor traduziu mais de 30 textos, entre os quais A Trilogia Tebana, de Sófocles, Oréstia, de Ésquilo, e Dicionário de Mitologia Grega e Romana, com aproximadamente 3.000 verbetes, considerado fundamental para o conhecimento dessas civilizações, sua pré-história, mentalidade, sentimentos e instituições. No currículo, há ainda a tragédia Hécuba, de Eurípedes.

O tradutor nasceu em Sena Madureira, no Acre, em 30 de dezembro de 1922. Filho de imigrante libanês com mãe brasileira, Kury se formou em direito e, nos anos 1940, entrou na Vale, onde trabalhou por mais de 30 anos. No início dos anos 1970, tornou-se diretor comercial. Foi durante a sua gestão que a nossa empresa fez o primeiro embarque de minério de ferro para a China.

Intelectual singular, Kury falava seis línguas fluentemente. Quando se aposentou em 1976, pôde se dedicar mais intensamente à paixão de toda a vida: a tradução de clássicos da literatura greco-romana, diretamente do original para o português. O amor à língua de Aristóteles surgiu ainda menino ao folhear livros em grego da coleção do pai. Já adulto, decidiu aprender a ler “aqueles caracteres diferentes” por conta própria.

“Certa vez, meu pai me disse: “Quando você crescer, procure ler esses livros porque eles são eternos”. Aquilo ficou na minha cabeça e nunca mais saiu. O interesse pelo grego, então, foi aparecendo ao longo da vida. Trabalhava na Vale e estudava grego em casa.

Quando comecei a tentar a ler os caracteres, que são bem diferentes, achei tão fácil, como se sempre tivesse lido aquilo. Acho que tinha um pouco de hereditariedade nessa história, pois meu pai também gostava muito de literatura grega”, disse Kury, em entrevista para o livro comemorativo dos 60 anos da Vale, lançado em 2002.

 

 

(Fonte: http://www.vale.com/brasil/PT – 19/04/2013)
(Fonte: Veja, 19 de setembro de 1990 – ANO 23 – N° 37 – Edição 1148 –- LIVROS/ Por Eliane Azevedo –- Pág; 111/112)

 

 

 

 

 

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