Mário de Andrade, carioca, primeiro diretor de redação de Playboy

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Mário de Andrade (1944-1991), carioca, botafoguense fanático, Mário trabalhava no Jornal do Brasil quando um outro jornalista carioca, Mauro Ivan Pereira de Mello, convidou-o para trabalhar na redação da revista Quatro Rodas. A Playboy nasceu no Brasil com o nome de Homem. Era agosto de 1975, e o governo militar de Garrastazu Médici não permitiu o uso do nome Playboy, por considerá-lo um símbolo de licenciosidade, inapropriado para as bancas brasileiras. Três anos depois, em julho de 1978, a marca do coelhinho apareceu pela primeira vez na capa da revista. Era dirigida então por um jovem jornalista de 31 anos chamado Mário de Andrade.

 
Na Playboy dirigiu durante mais de dez anos, se revelou o grande “revisteiro”. Alma de jornalista, editor brilhante, workaholic, exigente, perfeccionista, ávido leitor. Seu lema predileto era “Deus está nos detalhes” – e levava o ditado a sério, de maneira implacável e obsessiva. Não saía nada na revista que ele não visse. Comemorava as vitórias tocando três vezes uma buzina que guardava para essas ocasiões. Podia ser tanto a venda recorde de uma edição como a assinatura do contrato com uma estrela difícil.
Sedutor e convincente, era difícil resistir a um convite feito por ele para que alguém aparecesse na PLAYBOY. Escritores, jornalistas, publicitários, artistas plásticos, políticos, banqueiros, esportistas, estrelas e astros do cinema, da música e da televisão.
Mário construiu a revista que tínhamos orgulho em proclamar “a revista mais gostosa do Brasil”. Era uma alusão as mulheres dos ensaios fotográficos, mas também era a confirmação de uma missão que PLAYBOY se impôs, se impõe e se imporá sempre: a busca exigente para produzir trabalhos que sejam um prazer de ler ou de ver. Quando formou a “Confraria da PLAYBOY” – um grupo de comunicadores que se juntava para discutir ideias de pauta e tendências de comportamento -, as reuniões aconteciam na casa de Mário de Andrade, e não era raro que, depois de as visitas se despedirem, os colegas de redação ficarem para um follow-up que invadia a madrugada.
Era vigilante e inflexível com a realidade: qualidade de textos, de fotos, prazos, gastos; e estimulante com a fantasia: convencer as mulheres mais desejadas a tirar a roupa para a revista, ou personalidades quase inacessíveis a dar uma entrevista.
Mário morreu aos 46 anos de idade, em plena escalada de uma carreira brilhante. Foi com ele que a edição brasileira se tornou a mais vendida depois da americana.

 

(Fonte: Playboy –- Edição N° 362 -– agosto 2005 -– Um tributo ao primeiro diretor de redação de PLAYBOY/ Por Thomaz Souto Corrêa -– Pág; 138/139)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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