Mário Escobar de Andrade (1944-1991), jornalista, diretor-gerente do grupo de revistas masculinas da Editora Abril, a divisão que engloba Playboy, Quatro Rodas, Superinteressante, Ação e Placar. Nascido no Rio de Janeiro em 1944, começou sua carreira como repórter de O Jornal, em O Jornal, em 1963.
Em 1966, foi para o Jornal do Brasil e, em agosto de 1967, mudou-se para São Paulo, contratado por Quatro Rodas. Sua intenção era ficar na cidade apenas um ano, tempo que julgava suficiente para realizar uma aspiração de consumo comprar um Jeep -, e voltar para o Rio. Acabou permanecendo 23 anos em São Paulo, sempre na Editora Abril, onde se firmou como um dos mais competentes jornalistas de sua geração.
Mário de Andrade trabalhou na Playboy desde a sua fundação, na década de 70, exercendo o cargo de redator-chefe. Mário de Andrade transformou Playboy na maior e mais respeitada publicação masculina do Brasil, com uma tiragem superior a 400 000 exemplares. Deu a Playboy um padrão de qualidade até então desconhecido no país.
A nudez é uma fantástica forma de expressão humana, dizia. Dependendo de como é encarada, pode ser arte ou vulgaridade. Mário de Andrade imprimiu a Playboy uma fisionomia elogiada pelas outras treze edições internacionais da revista.
Em 1990, pelo terceiro ano consecutivo, a edição brasileira foi a campeã em número de exemplares vendidos entre as edições internacionais da revista, batendo, entre outras, as da Alemanha, do Japão, da França e da Holanda. E, pelo quarto ano consecutivo, a Playboy nacional foi a recordista em páginas de publicidade, superando nesse ponto até a matriz americana. Mário de Andrade deu a Playboy um estilo. Sob seu comando, a revista ganhou fama pelas entrevistas e pela qualidade dos artigos e contos que publica.
Mário de Andrade era conhecido e admirado pelo seu rigor com a qualidade.
Em Playboy, esse cuidado ia das legendas a beleza das mulheres exibidas em suas páginas. As redações que comandava enviava diariamente bilhetes, recortes de jornais e revistas, contendo tanto orientações críticas como sugestões de reportagens. Deus está nos detalhes, afirmava. Mário de Andrade deixou inúmeros amigos na Editora Abril, admiradores nos meios jornalísticos e três filhos.
Mário de Andrade morreu no dia 1° de fevereiro de 1991, aos 46 anos, um ataque cardíaco o fulminou durante o almoço, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 6 de fevereiro, 1991 N° 6 Ano 24 Edição 1 168 Datas Editora Abril Pág; 71)