Mário Paulo Autuori (1906-1982), diretor por mais de vinte anos da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, que ajudou a implantar na década de 50 e a transformar numa instituição de projeção internacional. Mário Paulo Autuori, em 10 de dezembro de 1906, nasce em São Paulo, Capital.
Estuda na Europa e completa seus estudos no Ginásio São Bento, em São Paulo. Inicia seus trabalhos ao lado de José Pinto da Fonseca junto à Comissão para Estudo e Debelação da Praga Caffeeira, no Laboratório de Entomologia, em 1924. Vai para os Estados Unidos, em 1947, por um ano, como bolsista da Fundação Guggenheim. O Diretor do IB, Rocha Lima, havia solicitado sua licença para ausentar-se do Brasil, dirigindo-se ao Secretário de Agricultura de São Paulo, que entre outras palavras, escreveu Mario Autuori, que por seus trabalhos experimentais de investigação se tornou um dos maiores conhecedores das formigas cortadeiras, na América do Norte. Foi no período de 1950 a 1953, ao lado de José Pinto da Fonseca, Renato Lion de Araújo e Eduardo Navajas, que ministrou o Curso de Especialização em Entomologia Agrícola no Instituto Biológico.
No ano de 1954, iniciando no dia 29 de março, Autuori vai para Paris à convite da Faculdade de Ciências, Laboratório para Estudo da Evolução dos Seres Organizados, por intermédio do Prof. Pierri Grasse.
O interesse internacional despertado pelo trabalho científico de Mário Autuori o levou para o Instituto de Zoologia Aplicada da Universidade de Wurzburg, na Alemanha, convidado pelo Prof. K. Göswald, zoólogo de reputação internacional, pelos trabalhos sobre formigas.
Em 1956, participa, no Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola do Ministério da Agricultura, da organização de um plano de trabalho sobre a biologia da formiga saúva.
No Paraná, participa em 1957, da banca examinadora do concurso para a cátedra de Entomologia da Escola de Agricultura do Paraná e, nesse mesmo ano, vai para a Alemanha tomar parte no III Congresso de Etologia. Sua viagem foi financiada pela Fundação Rockfeller e CNPq. Ainda como membro da Comissão do Jardim Zoológico vai para Montevidéu e Buenos Aires.
Durante sua vida institucional publicou cerca de 35 trabalhos sobre pragas dos citros e outros frutos, além das pragas dos cafeeiros e, principalmente, sobre seu assunto predileto, formigas cortadeiras.
Em 1958 afasta-se do IB para prestar serviços no Jardim Zoológico por um mês e, mais tarde, afasta-se novamente para integrar o Corpo Executivo da Comissão do Jardim Zoológico de 8 de junho de 1958 a 31 de janeiro de 1959. Neste período, o Diretor do Zoológico era Emilio Varoli.
O Dr. José Bonifácio C. Nogueira, à época Secretário da Agricultura, o convida para prestar serviços junto ao seu Gabinete.
Em 21 de março de 1960, Mário Autuori solicita ao Secretario da Agricultura sua aposentadoria com mais de 30 anos de serviços. Aposenta-se em 29 de junho de 1960 indo para a Fundação Parque Zoológico como Diretor. Entomologista, já aos 16 anos de idade iniciava pesquisas sobre a broca, doença que ameaçava o café. Era também respeitado por trabalhos a respeito da saúva estudou-a durante 40 anos e ficou conhecido nacionalmente ao responder sobre essa formiga no programa 8 ou 800, da televisão. Assim, como alguns anos antes, no programa Céu é o limite, também foi vencedor. Paulo Autuori morreu no dia 1.° de julho, 1982, aos 75 anos, de complicações cardíacas, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 7 de julho, 1982 – Edição n.º 722 – Datas – Pág; 114)