Mario Silva O’Reilly Sousa, general-de-Exército, ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira

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Mario Silva O’Reilly Sousa (Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 30 de setembro de 1921 – Rio de Janeiro, 6 de março de 1986), general-de-Exército, ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira, durante a II Guerra Mundial, e do Batalhão Suez, a força de paz da ONU que esteve no Egito em 1956, por ocasião da crise do Canal de Suez.

 

O’Reilly integrava o Alto Comando do Exército.

 

Mário Silva O’Reilly Sousa nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 30 de setembro de 1921, cursou o secundário no internato do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e no Colégio Americano, em Vitória. Em abril de 1939 sentou praça na Escola Militar do Realengo, no Rio, tendo sido declarado aspirante-a-oficial da arma de infantaria em setembro de 1942.

 

Promovido a segundo-tenente em abril de 1943 e a primeiro-tenente em junho do ano seguinte, participou da Segunda Guerra Mundial na Itália, assumindo em setembro o comando do Pelotão de Minas Anticarro do 11º Regimento de Infantaria (RI). Em março de 1945 foi incumbido de desativar um campo de minas anticarro colocadas pelos alemães perto da ponte de Malandroni. Na ocasião, num acidente com uma mina morreram cinco soldados, tendo O’Reilly sido atingido por estilhaços. Pelos ferimentos recebidos, foi condecorado com a medalha Sangue do Brasil.

 

Com o fim da guerra em maio de 1945, retornou ao Brasil em setembro e, em janeiro de 1946, assumiu o posto de instrutor na Escola Militar de Resende, hoje Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Promovido a capitão em setembro de 1947, em fevereiro de 1948 iniciou curso na Escola de Material Militar, atual Escola de Material Bélico, na qual veio a atuar como instrutor de março de 1949 a fevereiro de 1950.

Em 1951 cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), da qual foi também instrutor de março de 1952 a janeiro do ano seguinte. Em seguida, ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) e, em outubro, foi promovido a major. Cursou a ECEME até 1955 e em janeiro de 1956 passou a instrutor da escola, função que exerceu até dezembro do ano seguinte.

De janeiro a junho de 1958 foi oficial-de-gabinete do ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott. Em agosto integrou o denominado Batalhão Suez, componente da Força de Emergência das Nações Unidas, enviado pelo governo brasileiro para o Oriente Médio com a missão de manter a paz na região do canal de Suez. Permaneceu no Egito até maio de 1959, quando assumiu o comando do batalhão. De volta ao Brasil, em fevereiro de 1960 serviu mais uma vez na ECEME como instrutor.

Promovido a tenente-coronel em agosto de 1961, integrou a Agência Central de Relações Públicas do comando do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que derrubou o presidente João Goulart (1961-1964). Em março de 1965 assumiu a chefia de gabinete do ministro da Guerra, general Artur da Costa e Silva. Em junho, tornou-se membro do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), como representante do Estado-Maior do Exército (EME). Em maio de 1966 tornou-se comandante do 1º Batalhão de Polícia do Exército (BPE), no Rio de Janeiro. Promovido a coronel em agosto de 1966, em fevereiro de 1969 ocupou a chefia da 1ª Seção do Estado-Maior do I Exército, comandado pelo general Siseno Sarmento.

 

Adido militar, naval e aeronáutico à embaixada do Brasil no Peru, de março de 1969 a maio de 1971, de volta ao Brasil retornou, em setembro, à ECEME como instrutor, função que desempenhou até fevereiro de 1974. No mês seguinte, assumiu o posto de subcomandante da escola. Promovido a general-de-brigada em julho, em agosto tornou-se comandante da 1ª Brigada de Infantaria Motorizada, no Rio de Janeiro. Em maio de 1977, foi nomeado diretor de Assistência do Exército, em Brasília.

Em outubro, por ocasião da demissão do general Sílvio Frota do Ministério do Exército, dirigiu-se ao Quartel-General do Exército, onde o ministro demissionário tentava articular uma possível resistência, já que seu afastamento, determinado pelo presidente da República, general Ernesto Geisel, inviabilizava sua aspiração à presidência da República. Segundo Valder de Góis, porém, não se conhece com exatidão o papel desempenhado pelo general O’Reilly nessa ocasião.

 

Em abril de 1978 assumiu a Diretoria de Administração Financeira do Exército, também em Brasília. General-de-divisão em março de 1979, no mês seguinte tornou-se diretor-geral de Economia e Finanças do Exército. Exerceu esse cargo até setembro de 1981, quando assumiu o comando da 1ª Região Militar (RM) no Rio de Janeiro. Em fevereiro de 1983, ocupou a vice-chefia do Departamento Geral de Pessoal do Exército, e, com sua promoção a general-de-exército em julho, passou a chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa, sucedendo a Heraldo Tavares Alves. Em fevereiro de 1984 deixou esta chefia, sendo substituído pelo general Alzir Benjamim Chaloub.

 

Conhecido na área financeira pelo trabalho desenvolvido nas diretorias de Administração Financeira e de Economia e Finanças, foi nomeado secretário de Economia e Finanças do Exército, aí permanecendo de fevereiro de 1984 a dezembro de 1985. Nesse mês assumiu a chefia do Departamento de Engenharia e Comunicações, e, mesmo doente, manteve-se por três meses no cargo.

 

Silva Sousa faleceu dia 6 de março de 1986, aos 64 anos, de câncer, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 12 de março de 1986 – Edição 914 – DATAS – Pág; 83)

(Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil / ACERVO / DICIONÁRIOS / VERBETE BIOGRÁFICO / MARIO SILVA O’REILLY SOUSA)

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FONTES: CHAGAS, C. Guerra; CURRIC. BIOG.; Estado de S. Paulo (22/9/81, 15/4/82, 23 e 31/7/83); Folha de S. Paulo (24/8/83 e 7/3/86); Globo (22/9/81, 23/6/83, 7, 12 e 13/3/86); GÓIS, V. Brasil; Jornal do Brasil (31/7/83, 11/1, 12 e 13/3/86); MIN. EX. Almanaque (1976 e 1984).

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