Marion Boyars, foi uma editora independente cuja lista eclética e internacional de autores incluía pelo menos quatro ganhadores do Prêmio Nobel, publicou cerca de 500 livros de escritores como Eudora Welty, Julio Cortazar, Yevgeny Yevtushenko, Georges Bataille, Tim O’Brien, Pauline Kael e Ingmar Bergman, obras traduzidas de mais de 20 idiomas

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Marion Boyars, editora de livros ecléticos, foi uma editora independente com escritórios em Londres e Nova York

John Calder e sua parceira editorial Marion Boyars seguram uma cópia de “Last Exit to Brooklyn” durante um julgamento em Londres sob acusações de violação de uma lei contra obscenidade. (FOTO: KEYSTONE/GETTY IMAGES/ The Wall Street Journal)

 

 

 

Marion Boyars (nasceu em 26 de outubro de 1927, em Nova Iorque, Nova York – faleceu em 1° de fevereiro de 1999, em Londres, Reino Unido), foi uma editora independente cuja lista eclética e internacional de autores incluía pelo menos quatro ganhadores do Prêmio Nobel.

Numa indústria cada vez mais povoada por conglomerados com muito dinheiro e uma propensão para livros que atraem o maior público possível, a Sra. Boyars era rara na sua insistência em publicar apenas o que gostava, independentemente de o livro ter probabilidade de vender ou não. “A maior parte das minhas publicações é motivada por entusiasmo”, disse ela ao The New York Times em 1995.

Ao longo dos anos, muitas vezes trabalhando com pouco dinheiro e lutando para se manter à tona, ela publicou cerca de 500 livros de escritores como Eudora Welty, Julio Cortazar, Yevgeny Yevtushenko, Georges Bataille, Tim O’Brien, Pauline Kael e Ingmar Bergman, obras traduzidas de mais de 20 idiomas. Entre os ganhadores do Prêmio Nobel de sua lista estavam Heinrich Boll, Elias Canetti, Kenzaburo Oe e Eugenio Montale.

Ela nasceu Marion Asmus em Nova York e cresceu lá e na Suíça. Depois de se formar em política, filosofia e economia pela Universidade Keele, em Staffordshire, ela se casou com George Lobbenberg, um americano que dirigia uma empresa de roupas de sucesso na Grã-Bretanha. O casal teve duas filhas.

Divorciada com pouco mais de 30 anos, ela respondeu a um anúncio na The Bookseller, uma revista especializada de Londres, e acabou comprando uma participação de 50% em uma empresa dirigida pelo editor independente John Calder. Os dois abriram negócios em Londres sob o nome Calder & Boyars, publicando obras de autores como Samuel Beckett, Marguerite Duras, Henry Miller, Eugene Ionesco e William S. Burroughs. Eles também se especializaram nos escritos de compositores modernos, publicando obras de Cage, Ives e Stravinsky, e de comentaristas sociais, incluindo Ivan Illich (1926 – 2002) e Robert Heilbroner (1919 – 2005).

Em uma causa célebre internacional, a empresa foi levada a tribunal em Londres e acusada de obscenidade em 1966, após publicar “Last Exit to Brooklyn”, de Hubert Selby Jr. depois de uma discussão bem-sucedida do jovem John Mortimer.

Mas a Sra. Boyars, que já havia se casado com seu segundo marido, Arthur Boyars, desentendeu-se com seu sócio de negócios. Levando consigo o grande ganhador de dinheiro da empresa, One Flew Over the Cuckoo’s Nest, de Ken Kesey, entre outras coisas, ela acabou criando a Marion Boyars Publishers, com escritórios em Londres e na East 39th Street, em Manhattan.

Ela publicou cerca de 25 novos livros por ano, tornando-se uma presença constante na Feira Anual do Livro de Frankfurt e explorando a literatura mundial em busca de qualquer coisa digna de publicação em inglês.

A Sra. Boyars formou amizades estreitas com muitos de seus autores. Quando Michael Ondaatje – que na época era publicado por outra empresa – ganhou o Prêmio Booker por “O Paciente Inglês” em 1992, ele agradeceu publicamente por ter ajudado a iniciar sua carreira.

Marion Boyars faleceu na segunda-feira 1° de fevereiro de 1999, em sua casa em Londres. Ela tinha 71 anos. A causa foi câncer de pâncreas, disse sua família.

Ela deixa Boyars e suas duas filhas, Susan Quateman, de Beverly, Massachusetts, e Catheryn Kilgarriff, de Londres, que agora administra sua editora.

(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1999/02/04/arts – New York Times/ ARTES/ Por Sarah Lyall – 4 de fevereiro de 1999)

Uma versão deste artigo foi publicada em 4 de fevereiro de 1999, Seção B, página 10 da edição Nacional com a manchete: Marion Boyars, editora de livros ecléticos.

©  1999 The New York Times Company

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