Na Mocidade ou no Municipal, ela fez história na folia
Marlene Paiva, uma das mais premiadas destaques do carnaval, ex-destaque da Mocidade Independente de Padre Miguel, considerada a primeira dama do carnaval brasileiro
Torcedora da Mocidade Independente de Padre Miguel, Marlene colecionava diversos prêmios de fantasias, sendo um dos nomes femininos mais importantes em concursos
Marlene foi destaque da ‘época de ouro’ do carnaval (anos 60 e 70), participando de todos os bailes de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde fantasias eram premiadas.
Premiada, reverenciada e digna de todo destaque. Quando Marlene Paiva entrava nos salões ou na Avenida do samba, o luxo e a elegância vinham junto. Considerada a primeira dama do carnaval brasileiro, ela participou de todos os bailes de Gala do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde se tornou imbatível nos famosos concursos de fantasias das décadas de 1960 e 1970. Era o maior nome feminino das disputas. Tanto que, no Municipal, depois de vencer dez vezes, se tornou hours concuours.
Foi em 1974 que Marlene levou seu esplendor para os populares desfiles das escolas. O concurso do Municipal tinha acabado. E ela deu uma entrevista dizendo que, com todo o nome que tinha feito nos salões, queria que o povo a visse na passarela do samba. Algumas agremiações a procuraram, mas Marlene escolheu a Mocidade Independente de Padre Miguel, até então pequena, sem títulos na folia, mas conhecida pela bateria comandada pelo Mestre André.
O convite foi feito por outra grande destaque da verde e branca, Ivanói. Marlene era madrinha de uma obra social em Bangu, para qual doava todos seus prêmios. E a Mocidade apresentou a proposta de repassar à instituição a renda de dois de seus ensaios. Marlene não teve dúvidas: optou pela escola na que faria história.
“Venho numa escola pequena, mas vou torná-la grande”, disse certa vez. Na primeira aparição, desfilou no chão, carregando uma fantasia com uma cascata de plumas. Ao passar pela cabine dos jurados, foi aplaudida de pé. E, a partir dali, veria a verde e branca crescer no carnaval.
Quando a Mocidade ganhou seu primeiro título, em 1979, com o enredo “O Descobrimento do Brasil”, Marlene estava no carro abre-alas. Na inauguração do sambódromo, em 1984, ela ganhou, da TV Manchete, o prêmio de personalidade feminina. E no enredo “Padre Miguel, Olhai por Nós”, de 1995, sua fantasia representava a primeira missa no Brasil. Durante quase 30 anos, com título de Sócia Benemérita da Mocidade, ela esbanjou garbo na Avenida.
Em 1995, chegou a ser enredo, mas de outra agremiação, a Foliões de Botafogo, escola do bairro em que a destaque sempre morou. Em 2013, ela foi a homenageada da sétima Festa Brilham no céu as estrelas do carnaval.
Marlene Paiva morreu no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em 25 de janeiro de 2015. Aos 80 anos, ela era casada com o ex-presidente do Flamengo e vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), André Richer. Deixou um filho, o advogado e presidente do Conselho de Administração do Flamengo Maurício Gomes de Mattos.
(Fonte: http://www.ofluminense.com.br/editorias/cidades – CIDADES – Por: Pedro Conforte – 26/01/2015)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/carnaval/2015 -15153340#ixzz3Q1DUjw26 – CARNAVAL 2015 – POR O GLOBO – 26/01/2015)
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