Melvin Schwartz, Prêmio Nobel por gerar um feixe de partículas fugidias conhecidas como neutrinos.

0
Powered by Rock Convert

MELVIN SCHWARTZ, CRIADOR DO FEIXE DE NEUTRINOS

Físico americano desenvolveu método nos anos 1960 para estudar partículas que interagem fracamente com a matéria convencional.

Melvin Schwartz (Nova York, 2 de novembro de 1932 – Twin Falls, Idaho, 28 de agosto de 2006), cientista que ganhou o Prêmio Nobel em Física em 1988 por gerar um feixe de partículas fugidias conhecidas como neutrinos.

O experimento conduzido por Schwartz no início dos anos 1960 no Laboratório Nacional Brookhaven, em Long Island, forneceu aos físicos um novo modo de estudar uma das forças fundamentais do Universo: a interação fraca, que governa como núcleos atômicos se quebram em certos tipos de decaimento radioativo. Ele também mostrou pela primeira vez que dois tipos de neutrino existiam – mais tarde, outros pesquisadores descobririam um terceiro tipo.

Depois de seu grande salto, o cientista fundou em 1970 uma companhia de segurança de computadores, chamada Digital Pathways, e retornou à física em 1991 para supervisionar a construção de um ambicioso acelerador de partículas no Brookhaven, o Colisor de Íons Pesados Relativísticos (Rhic, na sigla inglesa).

Nos anos 1950, os físicos tinham problemas para estudar neutrinos porque, embora eles existissem aos montes – bilhões de neutrinos produzidos pelo Sol trespassam uma pessoa a cada segundo –, eles pouco interagiam com outros tipos de matéria, e apenas raramente. Schwartz sugeriu que os neutrinos fossem mais fáceis de estudar se fosse possível criar um feixe deles num laboratório.

O experimento concebido pelo cientista chocava prótons de alta energia num pedaço de berílio. As colisões quebravam os núcleos de berílio, gerando partículas transitórias que rapidamente viravam uma cascata de detritos. Eles incluíam partículas que vinham sempre em pares, um múon – uma versão mais pesada do elétron – e um neutrino. Uma parede de aço de mais de 10 metros de espessura filtrava os destroços atômicos, deixando passar apenas os fantasmagóricos neutrinos.

Os cientistas então podiam estudar colisões ocasionais entre neutrinos do feixe e átomos de alumínio num detector de dez toneladas. As colisões mostraram que os neutrinos produzidos em conjunção com os múons eram diferentes dos produzidos em conjunção com os elétrons.

Esse trabalho, ou seja, a criação de um feixe de neutrinos e a descoberta dos neutrinos do múon, valeram a Schwartz e seus colegas na Universidade Columbia Leon M. Lederman e Jack Steinberger o Prêmio Nobel.

Melvin Schwartz morreu em 28 de agosto de 2006, em uma clínica de repouso em Twin Falls, Idaho, Estados Unidos. Ele tinha 73 anos.

(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia – ciência e saúde – NEW YORK TIMES – 30/08/2006)

Powered by Rock Convert
Share.