Michel Leiris (Paris, 20 de abril de 1901 – Saint-Hilaire, 30 de setembro de 1990), poeta, etnólogo, antropólogo e escritor, foi uma das mais singulares figuras das letras francesas no século XX.
Uma de suas obras mais importantes, como A idade viril, em que reinventa o gênero a autobiográfico.
Em A África Fantasma, publicado pela primeira vez em 1934, é um extraordinário diário que registra o cotidiano da Missão Etnográfica e Linguística Dacar-Djibuti, ocorrida entre 1931 e 1933, que cortou a África do Atlântico ao Mar Vermelho. Uma síntese da pluralidade de interesses que marcou a vida de Michel Leiris.
É uma história do dia-a-dia do grupo de pesquisadores da primeira iniciativa francesa de investigação etnográfica na África. No texto, interpenetram-se pesquisa antropológica e escrita autobiográfica, experiência levada ao limite pelo autor no final da década de 1930 em Espelho da tauromaquia (2002) e A idade viril (2001).
Este A África Fantasma não se trata, portanto, de uma história da missão, nem de um relato de viagem, tampouco de um caderno de campo de antropólogo profissional. A subjetividade é o foco. Por isso Leiris define-o como “simples diário íntimo”.
Mas um diário que abriga uma multiplicidade de gêneros: etnografia, relato de viagem, esboços de ficção, comentários políticos, registro de sonhos, tudo organizado pela obsessão confessional do autor.
(Fonte: http://editora.cosacnaify.com.br/SubHomeSecao/193/Michel-Leiris)