Michelangelo Antonioni, foi o maior expoente de um cinema de cunho existencialista.

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Michelangelo Antonioni (1912-2007), diretor italiano que, nos anos 60 e 70, foi o maior expoente de um cinema de cunho existencialista. Nascido em Ferrara, estudou economia e trabalhou como crítico antes de se lançar na direção.
Nos anos 50, pagou tributo ao neo-realismo. Na virada da década, sua obra evoluiu para um tom profundamente pessoal. A chamada “trilogia em preto-e-brando”, composta de A Aventura, A Noite e O Eclipse, rodada entre 1960 e 1962 e inspirada na beleza angulosa e marcante de sua musa, Mônica Vitti, é o exemplo maior das qualidades que fizeram de Antonioni um cineasta único: composições aparentadas da arquitetura modernista na geometria e simetria; o ritmo que parecia advir dos personagens mais do que ser imposto pelo diretor; e a obsessão da erosão da identidade.

Seus protagonistas estão sempre em busca de quem são e do que querem – mas raramente encontram uma resposta. Esse tema seria também o centro da etapa posterior de seu trabalho na qual se destacam Depois Daquele Beijo, Zabriskie Point e Profissão: Repórter; filme admirado por dez entre dez cineastas. A partir daí, seu talento começou a se obscurecer (há quem diga que seu cinema nunca mais foi o mesmo desde que Mônica Vitti o deixou; se é esse o caso, há que perdoá-lo). Em 1985, um derrame lhe tirou a fala. Ele continuou a trabalhar, mas sem produzir algo comparável às suas trilogias. Morreu no dia 30 de julho de 2007, aos 94 anos, em Roma.

(Fonte: Veja, 8 de agosto de 2007 – Datas – Ano 40 – Nº 31 – Edição 2020 – Editora Abril – Pág; 100)

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