Miguel Torga (São Martinho de Anta, 12 de agosto de 1907 – Coimbra, Portugal, 17 de janeiro de 1995), um dos escritores portugueses mais produtivos do século 20. Miguel Torga era o pseudônimo do médico otorrinolaringologista Adolfo Rocha.
Deixou uma obra com mais de cinquenta livros publicados e era constantemente indicado para o Prêmio Nobel de Literatura. José Saramago, o nome mais conhecido da literatura portuguesa contemporânea, disse que sua morte “é um desastre”.
O escritor português Miguel Torga é autor de “Os Bichos” e “Orfeu Rebelde”, é considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa do século 20.
Em 1934, quando publicou seu primeiro livro, “A Criação do Mundo”, escolheu o pseudônimo que o acompanhou por toda a vida: Miguel, em homenagem aos espanhóis Miguel de Cervantes, Miguel de Unamuno, Miguel de Molina e ao italiano Miguelângelo, e Torga, nome de um arbusto de sua região natal, Trás-os-Montes.
Por causa do livro, um relato histórico, chegou a ser preso pela Pide, a polícia política da ditadura portuguesa.
Nascido em 12 de agosto de 1907 na vila de São Martinho de Anta, Torga viajou aos 12 anos para o Brasil, onde morou em Minas Gerais. Quando voltou, passou um ano num seminário, desistindo de ser padre por ter pecado em pensamento.
Durante anos, foi considerado o candidato português mais forte ao Nobel de Literatura. Em 1993, publicou o 16º volume de sua autobiografia, que chegava a 5.000 páginas.
Em seus últimos anos, Torga já sentia a proximidade da morte. No “Diário”, seu último livro publicado, escreveu em 1990: “Olho no espelho e não me reconheço. Sou uma caricatura de mim”.
Miguel Torga faleceu em 17 de janeiro de 1995, aos 87 anos, de câncer generalizado, após cinco meses de internação no Hospital de Oncologia de Coimbra.
Para o escritor José Saramago, a morte de Torga foi “um desastre”. Em declarações a uma rádio portuguesa, Saramago apenas conseguiu declarar seu sentimento de impotência.
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/1/18/cotidiano – COTIDIANO / DE JAIR RATTNER DE LISBOA – São Paulo, 18 de janeiro de 1995)
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(Fonte: Veja, 25 de janeiro de 1995 ANO 28 – N° 4 – Edição 1376 DATAS Pág: 89)
(Fonte: Revista Veja, 27 de novembro de 1999 – ANO 32 – Nº 44 – Edição 1622 – Livros – Pág: 193)