Moacir Werneck de Castro(1915-2010), jornalista e escritor, uma das principais referências intelectuais da esquerda brasileira.
O caçula de cinco irmãos, Castro nasceu em 1915, em Barra Mansa (RJ), mas morou por quase 10 anos em Blumenau (SC). Com a morte do pai, voltou ao interior do Rio, onde passou a conviver com o primo Carlos Lacerda, com quem estudou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e com quem trabalhou na revista Diretrizes, de Samuel Wainer. Com a mudança de posição política de Lacerda, tornaram-se desafetos.
Integrante do Partido Comunista nas décadas de 40 e 50, o jornalista começou a se interessar por política quando ainda era adolescente. Durante sua vida, manteve-se ligado à esquerda, como opositor à ditadura militar e, mais tarde, como crítico do neoliberalismo. A desfiliação ao PC ocorreu em 1956, depois de denúncias de crimes na União Soviética.
Sua carreira na imprensa teve início em 1934, no Jornal do Povo, projeto de Aparício Torelly, o Barão de Itararé. Também teve passagem pela Gazeta de Notícias e, na Diretrizes, foi chefe de Redação. Após trabalhar na Imprensa Popular, fundou, em 1955, o jornal Para Todos Quinzenário de Cultura Brasileira. Do final dos anos 50 ao início dos 70, foi redator-chefe do Última Hora. Ainda atuou como colaborador do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo.
É autor de, entre outros livros, Europa 1935, O Libertador A Vida de Simón Bolívar e Mário de Andrade Exílio no Rio, onde conta o período em que o autor de Macunaíma, de quem foi próximo, viveu no Rio de Janeiro. Werneck de Castro morreu na quinta-feira, dia 25 de novembro de 2010, aos 95 anos.
(Fonte: Zero Hora – 27 de novembro de 2010 – Memória)