Um dos homens mais ricos do Brasil
Moise Safra (Beirute, Líbano, 1934 – São Paulo, 14 de junho de 2014), bilionário e ex-banqueiro, irmão do banqueiro Joseph Safra, foi um dos fundadores do Banco Safra.
De acordo com a revista americana “Forbes”, sua fortuna pessoal estava avaliada em US$ 2,2 bilhões. Ele ocupava a 26ª posição na lista dos homens mais ricos do Brasil. Em 2006, Moise vendeu sua metade no negócio para o irmão Joseph. À época, falava-se em um negócio de R$ 5 bilhões pela metade da que era a décima maior instituição financeira do País. A família Safra é a 2ª mais rica do País, segundo a mesma publicação, com US$ 20,1 bilhões, ou R$ 44,9 bilhões.
Uma das últimas grandes operações realizadas por Moise foi a aquisição em 2013, em conjunto com a bilionário chinesa Zhang Xin, de 40% do prédio da sede da General Motors em Manhattan, Nova York. À época da transação, o imóvel foi avaliado em US$ 3,4 bilhões. Os bilionários pagaram cerca de US$ 700 milhões, excluindo dívidas.
Em 2012, Moise comprou o prédio comercial Plantantion Place, em Londres, por R$ 1,5 bilhão.
Nascido no Líbano, Moise é um dos fundadores Banco Safra, 8º maior do Brasil, com ativos de R$ 131,8 bilhões, segundo dados oficiais.
Trajetória familiar
De origem libanesa, Moise é filho de Jacob Safra. Desde meados do século 19, familiares de Jacob Safra fundaram em Aleppo, na Síria, o Safra Frères & Cie, instituição financeira para empréstimos e operações de câmbio e ouro. Foi em 1920 que Jacob abriu o Jacob Safra Maison de Banque, em Beirute, no Líbano.
A mudança da família para o Brasil ocorreu na década de 1950, quando iniciou com os filhos a criação do conglomerado financeiro. Moise estabeleceu em 1998 a empresa de gestão de recursos M. Safra & Co. nas cidades de São Paulo e Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Família chegou ao Brasil na década de 1950
Originário de uma família síria que desde o século 19 operava com o mercado de câmbio e ouro no Oriente Médio, o pai de Moise e Joseph, Jacob Safra, criou o Jacob Safra Maison de Banque em 1920 em Beirute, no Líbano.
Na década de 1950, Jacob imigrou para o Brasil onde, junto com os filhos, criaria o Banco Safra.
Em 1998, Moise Safra fundou a M. Safra & Co em São Paulo e Nova Yorque, no que foi a primeira empresa de gestão de recursos totalmente independente dos bancos da família.
Em 1999, Edmond Safra, o irmão mais velho, morreu num incêndio criminoso em sua casa em Monte Carlo.
Moise Safra morreu em 14 de junho de 2014 em São Paulo, aos 79 anos. Moise lutava contra um câncer e sofria de mal de Parkinson, no Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul da cidade.
(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/06/SÃO PAULO – Do G1 São Paulo – 15/06/2014)
(Fonte: http://economia.ig.com.br/2014-06-15/ ECONOMIA/ Por – iG São Paulo |
De fins de setembro e começo de outubro de 1972, Edmond Jacob Safra, quarenta anos, brasileiro nascido no Líbano, emergiu como figura legendária nos jornais dos principais centros financeiros do mundo.
A súbita notoriedade foi provocada pelo lançamento, de 26 de setembro a 9 de outubro, em Londres, de 2,5 milhões de ações da Trade Development Bank Holding, com sede em Luxemburgo, fundada e presidida por Safra.
Conduzida por uma associação de mais de cem bancos mundiais – na qual figuravam o Banco do Brasil e o European Brazilian Bank (Eurobraz) -, liderada por Manufacturers Hanover Ltd. e N. M. Rotschild and Sons Ltd., a venda dessas ações, a 16,50 dólares cada, marcou a primeira abertura de capital de uma empresa não-britânica no mercado de Londres.
Safra morou no Brasil, na avenida Paulista durante sete anos – de 1954 a 1960 -, quando sua família emigrou do Líbano. No Brasil ele se naturalizou e se tornou “brasileiro de coração”.
Em 1955, Safra fundou em São Paulo a Safra S.A., que mais tarde passaria a ser o Banco Safra de Investimentos. Em 1965, incorporou em Genebra a Sudafin Société Financière, transformada em banco, em 1960.
No ano anterior, o nome já tinha sido trocado para Trade Development Bank, alicerce do império que ele criaria em menos de dez anos.
Em 1962, Safra transferiu de vez os negócios para o exterior, aqui permanecendo os seus irmãos Joseph e Moise (1934-2014), também brasileiros, que controlam as organizações Safra, um dos principais conglomerados financeiros do país.
Sua família está há mais de cem anos no setor bancário, desde o seu avô Eli, que financiava caravanas de camelos, rebanhos de ovelhas e tecelagens de Damasco.
Em 1920, seu pai Jacob Elie Safra (1891-1963) começou em Beirute a atual Banque de Crédit Nationale, que agora é controlada inteiramente por Edmond.
Aos dezesseis anos, ele já trabalhava com seu pai, cuja influência prolongou-se até sua morte, em 1963: “De vez em quando, ao sentir que estou para fazer uma besteira, ainda sinto meu pai à minha frente aconselhando ‘Edmundo, não faça isso'”.
Dele ouviu dizer uma vez que não é possível continuar crescendo sem liquidez, “nunca conceda um empréstimo cuja falta de pagamento você não possa cobrir.”
E, entre as pérolas recordadas do pai, Safra encaixa uma sua, ao definir suas relações com o trabalho: “O banco é uma virgem, cuja virgindade tem de ser preservada. Nada de truques, de golpes baixos ou negociatas.”
(Fonte: Veja, 18 de outubro de 1972 – Edição 215 – ECONOMIA – Pág: 112/113)