Poderosa voz contra o apartheid
Nadine Gordimer (Joanesburgo, 20 de novembro de 1923 – Joanesburgo, 13 de julho de 2014), escritora sulafricana, uma das maiores vozes que se levantou contra o regime do Apartheid, foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura de 1991 e o Booker Prize em 1974, além de outros prêmios.
Nascida em 20 de novembro de 1923, filha de imigrantes judeus vindos da Europa Oriental. Nunca quis deixar a África do Sul, mesmo nos anos mais sombrios do regime de segregação racial. É autora de 15 romances e vários contos.
A autora recebeu o Nobel em 1991, sendo chamada pelo comitê que entrega o prêmio de “alguém que beneficiou muito a humanidade com sua escrita magnífica e épica”. Além dela, só outras 12 autoras receberam o Nobel.
Aos 15 anos Gordimer publicou seu primeiro conto e, durante a carreira, escreveu mais de 30 livros, incluindo “O Melhor Tempo é o Presente”, “De Volta à Vida”, “O Engate” e “A Filha de Burger”, todos lançados no Brasil.
Em boa parte de seus mais de 30 livros, Nadine abordou a situação social na África do Sul. Ela ficou ficou mundialmente famosa com o romance “A filha de Burger”, de 1980. Seu primeiro romance, “The living days”, saiu em 1953.
Vista por muitos como a principal escritora de seu país, Nadine era reconhecida como uma autora de rígida moral, cujos romances e contos refletiam o drama da vida humana numa sociedade dominada por uma minoria branca. Muitas de suas histórias tratavam de temas como o amor, o ódio e a amizade sob a pressão do sistema de segregação racial, que acabou em 1994, quando Nelson Mandela foi eleito presidente.
Mandela
Em 2006, Nadine Gordimer foi a escolhida para entregar a Nelson Mandela (1918-2013) a distinção Embaixador da Consciência, atribuída pela Anistia Internacional. Na época, a agência de notícias France Presse reproduziu declarações da escritora durante a cerimônia.
“Mandela foi e é um revolucionário no melhor sentido da palavra”, afirmou sobre o ex-presidente da África do Sul. Ela destacou a independência intelectual de Mandela e sua aversão ao “politicamente correto”.
As obras de Gordimer lidam com questões morais e raciais, e falam especialmente sobre o apartheid. Durante o regime, três de seus livros foram banidos. Ativa na luta contra a segregação, a autora foi uma das primeiras pessoas que Nelson Mandela pediu para ver depois de ser libertado da prisão, em 1990.
Ela esteve no Brasil em 2007, onde participou de mesa da Festa Literária Internacional de Paraty ao lado do escritor israelense Amos Óz. Naquela edição do evento, estiverma ainda nomes como Amós Óz, Robert Fisk, Mia Couto e J.M. Coetzee.
No final de 2011, Nadine Gordimer se destacou por criticar um projeto de lei sobre a informação na África doo Sul, que para ela representava um retorno ao período no qual a liberdade de expressão estava suprimida pelo apartheid.
“As pessoas lutaram e morreram para conquistar a oportunidade de ter uma vida melhor, uma vida que atualmente está arruinada e prejudicada pela corrupção”, afirmou na ocasião. “As práticas de corrupção e nepotismo só podem ser denunciadas se tivermos liberdade de expressão.”
Nadine Gordimer morreu em 13 de julho de 2014, aos 90 anos, pacificamente durante o sono, em sua residência em Johannesburgo.
(Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2014-07-14 – LIVROS – Por |
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros – CULTURA – LIVROS – POR O GLOBO – JOHANNESBURGO – 14/07/2014)
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/07 – POP & ARTE – Do G1, em São Paulo – 14/07/2014)