“Não o que alguém diz, não o que alguém deseja que seja verdade, mas o que está acima de todas as nossas opiniões constitui o pilar da nossa sanidade.” Walter Lippmann (1889-1974), foi um dos mais influentes jornalistas do século XX

LUCIDEZ

A reportagem como antídoto aos demagogos

 

Em 1919, o americano Walter Lippmann (1889-1974), foi um dos mais influentes jornalistas do século XX, preocupava-se com a ascensão de demagogos. Para ele, homens de mentalidade autoritária floresciam quando uma sociedade ignorava, ou era obrigada a ignorar, a imprensa livre.

Mais especificamente, ignorava os fatos colhidos meticulosa e objetivamente por jornalistas profissionais – por repórteres desinteressados em ideologias e guiados pela teimosa busca de verdades acima de opiniões ou desejos. O futuro de uma democracia, dizia Lippmann, está em risco quando seus cidadãos não se informam pelos fatos, pelo jornalismo – mas pelos demagogos e pelas máquinas de propaganda governamental.

Lippmann acreditava que os jornalistas precisavam ser os guardiões da verdade e, em consequência, da democracia. “Uma opinião pública saudável não existe sem acesso constante às notícias”, escreveu Lippmann. “Não o que alguém diz, não o que alguém deseja que seja verdade, mas o que está acima de todas as nossas opiniões constitui o pilar da nossa sanidade.”

A preocupação de Lippmann é, como revela a ascensão de políticos demagogos e corruptos. A era digital, com a emergência das redes sociais, oferece tantas informações que mesmo os cidadãos mais atentos podem ser engrupidos. Torna-se difícil distinguir fatos de opiniões, verdades de mentiras.

Por isso o jornalismo – a reportagem – nunca foi tão necessário quanto agora. É o melhor antídoto para os cupins da democracia.

(Fonte: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/07 – TEMPO – Os cupins da democracia/ Por DIEGO ESCOSTEGUY – 30/07/2016)