NEM FORMAL, NEM CASUAL

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NEM FORMAL, NEM CASUAL

A virtude está no caminho do meio: formal com casualidade, casual com formalidade.
O terno tem mais de 300 anos e se atualizou lentamente ao longo do tempo. Já o estilo casual, é um jovem de apenas 100 anos, que ganhou terreno no mundo dos negócios a passos largos e certeiros.
Mas a vestimenta sofreu um abalo quando o presidente norte-americano John Kennedy deixou-se fotografar usando um jeans num final de semana. O golpe quase fatal veio de jovens nerds do Silicon Valley que se tornaram milionários sem nunca terem usado uma gravata, como Bill Gates da Microsoft.
Quando o jogo estava quase decidido e o time casual estava ganhando de goleada, os rappers, que antes usavam calças largas, agasalhos esportivos, acessórios brilhantes, viraram bilionários e consumidores de grifes de luxo e ternos caríssimos. Os muito jovens resgataram certas peças clássicas como gravatas borboleta, coletes, suspensórios e paletós mais justos, parecidos com o estilo usado nas faculdades americanas.
Agora o tempo de conciliação: amenizar a sisudez do guarda-roupa formal masculino é fundamental, assim como dar um ar mais arrumado para as roupas esporte. Tecidos como moletons e jeans ganham cortes sofisticados de alfaiataria e os tweeds, príncipe-de-gales, tecidos tradicionais dos ternos, ficam cada vez mais com cara de roupa esportiva. Na moda atual, o formal e o casual dão espaço a uma nova alfaiataria, sem fronteiras bem definidas.

CASUAL

Século XIX
Levi Strauss e Jacob Davis lançam o jeans Levi’s 501.

Década 10
Em 1913, a Marinha norte-americana adota uma peça de algodão para ser usada debaixo do uniforme. O nome T-shirt vem da forma em T formada pelas mangas e o torso.

Década 20

Década 30
Moletom cinza com capuz é usado para esquentar os trabalhadores de frigoríficos de Nova York.

Década 40

Década 50
O jeans e a camiseta tomam conta do mundo com Marlon Brando e James Dean nas telas de cinema.

Década 60
John F. Kennedy, presidente dos EUA entre 1961 e 1963, aparece usando calças de brim caqui, t-shirts e malhas de tricô.

Década 70
A moda se torna unissex por influência do movimento hippie. Os jovens começam a ser alvo do mercado.

Década 80
Em 1986, aos 31 anos, Bill Gates torna-se bilionário sem nunca ter usado uma gravata.

Década 90
Skatistas e rappers se tornam referência para grandes marcas. O “casual Friday” é adotado por empresas americanas e se espalha pelo mundo.

FORMAL
Século XIX
Ascensão da alfaiataria inglesa: George Bryan Brummel (1778-1840) é a referência da elegância masculina.

Década 10
Em 1910, o lounge suitse transforma no business suit, com a cara mais próxima do terno de hoje, ainda com 3 peças; paletó, calça e colete.

Década 20
Surgem o jaquetão e o tecido príncipe-de-gales. O cinto, ufa, substitui o suspensório.

Década 30

Década 40
Com a Segunda Guerra Mundial, o jaquetão transpassado dá lugar ao paletó mais reto. A roupa masculina fica mais simples.

Década 50
Fibras como o rayon e o nylon facilitam a difusão das roupas prontas masculinas.

Década 60
Beatles e os paletós sem colarinho de Pierre Cardin. A silhueta mais ajustada ao corpo e a gola rolê se tornam clássicos.

Década 70
Casaco de tweed com ombros acolchoados, foulard com desenhos de cashmere, calça boca-de-sino.

Década 80
Yuppies com seus ternos bem cortados e roupas de grife. É a “Armani mania”.

Década 90
Ninguém é de ninguém e não tem mais bobo no futebol, amigo: não existe mais uma única moda.

Século XXI
Barack Obama é o primeiro negro eleito Presidente dos EUA. Faz campanha sem terno e gravata. A alfaiataria ganha tecidos tecnológicos.

(Fonte: Playboy – N°408 – maio 2009 – Editora Abril – Lula Rodrigues – Pág; 159/160)

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