José Walter Bautista Vidal, o pai do Proálcool
Bautista Vidal também foi secretário de Estado de Geisel e Sarney
José Walter Bautista Vidal, físico baiano, idealizador do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), iniciativa criada pelo governo federal na década de 1970 para diminuir a dependência do petróleo.
Durante sua trajetória como professor, deu aulas nas universidades de Brasília (UnB), na Federal da Bahia (UFBA) e na Estadual de Campinas (Unicamp). Ao lado de Urbano Ernesto Stumpf (1916-1998), foi o idealizador do motor a álcool.
Considerado um nacionalista, também ocupou cargos importantes no governo federal. Entre eles, de secretário de Estado de Ciências e Tecnologia durante os mandatos dos ex-presidentes Ernesto Geisel e José Sarney. Teve ainda a participação em diversos conselhos nas áreas de ambiente, ciência e tecnologia, educação e indústria.
Era engenheiro, formado em Santiago de Compostela, na Espanha, e depois fez pós-graduação em física pela Universidade Stanford. Visionário e autor de várias publicações sobre o tema, Bautista Vidal pregava que a farta exposição do território nacional ao sol poderia elevar o Brasil à condição de uma potência energética. Biomassa, açúcares, óleos vegetais e celulose poderiam substituir os combustíveis fósseis no futuro.
Energias do futuro no mundo são energias renováveis e limpas de regiões tropicais. E o Brasil é o continente tropical único disse o físico em entrevista, em 2007.
Radicado em Brasília desde 1973, o físico acreditava que o Brasil tem potencial para ser a principal economia do mundo. O Brasil é o futuro da humanidade, repetia em entrevistas e depoimentos públicos.
Polemista e defensor da soberania brasileira, foi autor de 12 livros. Alguns dos principais são A Reconquista do Brasil, O Esfacelamento da Nação, De Estado Servil à Nação Soberana, Civilização Solitária dos Trópicos, Soberania e Dignidade e ainda Raízes da Sobrevivência.
Bautista Vidal morreu em 1º de junho de 2013, aos 78 anos, de falência múltipla dos órgãos no hospital Santa Luzia, em Brasília. O físico também sofria de Alzheimer, o que o fez afastar-se da vida pública a partir de 2009.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.406 – TRIBUTO – 5 de junho de 2013 – Pág; 45)
(Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/2013/06/03 – COLUNAS – NOTÍCIAS – 3 de junho de 2013)