VIVA A JURÉIA
O Americano Edward Wilson, da Universidade Harvard, um dos maiores especialistas em biodiversidade, diz que a Mata Atlântica é um dos dezessete ambientes do mundo cuja preservação é imprescindível. E a Estação Ecológica de Juréia-Itatins, no litoral sul paulista, é uma parte essencial do que resta da Mata Atlântica, hoje reduzida a 9% da área que tinha em 1500. Com uma área de 800 quilômetros quadrados, a Juréia é, de acordo com o geógrafo Aziz AbSáber, da Universidade de São Paulo, o mais completo mostruário de todos os ecossistemas tropicais do Brasil.
Ela guarda uma riqueza biológica que não existe mais, a não ser lá. O motivo é as condições excepcionais de sobrevivência, criadas pela união de seis ecossistemas bem diversos, a areia das dunas, o lodo do manguezal, o solo encharcado de água salobra, característica da restinga, as árvores altas das florestas de planície, as matas de encosta, e os vegetais rasteiros das rochas, no topo da serra. Junto esses ecossistemas explodem as espécies animais e vegetais multiplicam-se de modo extraordinário, e muitas delas não se encontram em nenhuma outra parte do Planeta.
(FONTE: Super Interessante – Ano 9 – Nº 01 (janeiro/1995) – pág; 47)