O MELHOR DO MUNDO NAS RUAS PAULISTANAS

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Com a presença de convidados sul-americanos, em 1945, a Corrida de São Silvestre deu um importante passo para o seu desenvolvimento, além de se tornar ainda mais competitiva. A competição passou a se chamar Corrida Internacional de São Silvestre e, logo na estreia dos estrangeiros, ocorreu um verdadeiro duelo entre o brasileiro Sebastião Alves Monteiro e o uruguaio Oscar Moreira.

Monteiro e o uruguaio correram lado a lado durante boa parte do percurso. Ao entrar na avenida Tiradentes, o brasileiro avançou, mantendo o ritmo forte até ganhar seu primeiro título na nova etapa. Moreira chegou em segundo e o chileno Raul Inostroza, em quarto. Um ano depois, mesmo concorrendo com estrelas internacionais como o argentino José Alberto Campagne e o boliviano Francisco Montano, Sebastião Monteiro, mais uma vez, levou a melhor. Ele sagrou-se bicampeão na 22ª São Silvestre, ao percorrer os 7 mil metros em 21min57s.

Com o sucesso registrado nas duas primeiras edições internacionais, o jornal A Gazeta Esportiva decidiu ampliar as inscrições para esportistas de toda a parte do mundo. À medida que a participação estrangeira aumentou, o atletismo nacional cedeu terreno a cada nova competição. Após a conquista do uruguaio Oscar Moreira, em 1947, que estabeleceu um dos recordes da prova com o tempo de 21min45s, teve início o jejum brasileiro de vitórias que durou 34 anos.

No ano seguinte, a São Silvestre foi marcada pelo domínio chileno. Raul Inostroza e René Millas ficaram, respectivamente, com os primeiro e segundo lugares. Geraldo Caetano Felipe, do Distrito Federal, foi o brasileiro melhor colocado, com a quarta colocação. Em 1949, durante a inédita participação de um campeão europeu, o finlandês Viljo Heino saiu-se vitorioso. Os espectadores do Brasil tiveram de se contentar com a oitava posição conquistada por Eugênio Marques, de São Paulo.

Na década de 50, o principal destaque foi campeão olímpico Emil Zatopek, da Tchecoslováquia. A Locomotva Humana, como era conhecido internacionalmente, intimidou os adversários pela conquista de três medalhas de ouro em Helsinque e venceu fácil a São Silvestre de 53. Depois disso, o desempenho individual na tradicional competição revelou três tetracampeões em diferentes épocas: o belga Gaston Roelantes, ganhador em 64, 65, 67 e 68, o colombiano Victor Mora, que levou os títulos de 72, 73, 75 e 81 e o pequenino equatoriano Rolando Vera, campeão de 86 a 89.

A reação dos brasileiros só aconteceu em 1980, com a emocionante vitória do pernambucano José João da Silva. O líder da prova era o português Fernando Mamede, mas, em plena avendida Paulista, ele foi ultrapassado por José João, que levou a torcida ao delírio, ao se tornar o segundo brasileiro a ganhar a São Silvestre, desde que ela virou internacional. Cinco anos depois conseguiu o bicampeonato.

Outra conquista importante foi a do atleta João da Matta. Embora já tivesse participado de várias competições internacionais, o corredor mineiro passou desapercebido entre os competidores e faturou a 59ª edição. O também mineiro Ronaldo da Costa foi outro de nossos atletas a brilhar nas ruas paulistanas. Ele deixou para trás os favoritos e cruzou na frente a linha de chegada, dando ao país a quarta vitória na fase internacional.

Mas a maior surpresa dos últimos tempos foi o troféu conseguido por Émerson Iser Bem. O desconhecido paranaense virou estrela em 31 de dezembro de 1997, após superar o queniano Paul Tergat, que ficou com a segunda colocação e perdeu a chance de conquistar o tricampeonato.

Entretanto, o maior ganhador da história da São Silvestre é Paul Tergat. O atleta do Quênia obteve uma façanha inédita na prova ao conquistar cinco títulos: 95, 96, 98, 99 e 2000.

Com a instituição do Ano Internacional da Mulher em 1975, a São Silvestre abriu espaço para a participação das mulheres.

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