O MUNDO DA DOCUMENTAÇÃO ELETRÔNICA
Os guardadores de palavras. Desde os seus primórdios, as civilizações se empenharam em registrar a sua história, cultura e costumes. No passar dos séculos, as maneiras e técnicas para concretizar isso evoluíram. Hoje por exemplo, os computadores, discos, disquetes, CDs e tantas outras parafernálias eletrônicas são importantes aliados para armazenar as memórias de nossos dias. Antes, porém, vários outros recursos foram utilizados para perpetuar o passado da humanidade.
Exemplos sobre a fragilidade do armazenamento de dados não faltam. O projeto Domesday é um deles. Lançado em 1986 pela BBC, tinha como objetivo mapear minuciosamente a Grã-Bretanha, aperfeiçoando o conteúdo do Domesday Book, um livro encomendado por Guilherme, o Conquistador, em 1085, para documentar as propriedades do seu reino. A pesquisa reuniu inúmeros textos, imagens e sons, que foram armazenados em meios projetados exatamente para esse fim. Mas a escolha foi infeliz. O motivo? Em pouco tempo, o computador criado para ler o material recolhido tornou-se obsoleto e, conseqüentemente, os dados ficaram inacessíveis. Ironia do destino: o Domesday Book original, compilado em plena Idade Média por monges normandos, ainda é perfeitamente legível.
Como armazenar as informações sem que elas se tornem inacessíveis em pouco tempo. Não bastasse a deterioração física dos meios de armazenagem dos discos, disquetes e CDs-, existe outra questão que coloca o atual sistema de conservação de dados e expões toda a fragilidade do patrimônio da documentação eletrônica: na mesma velocidade em que avançam as tecnologias e os equipamentos, essas mesmas novas invenções substituem as antigas, causando o rápido envelhecimento dos sistemas de informática e dos softwares de acesso.
Suméria 3000 ª C.
Uma tabuleta de argila com uma história de cabras e ovelhas, em caracteres cuneiformes. Sul da Mesopotâmia.
Egito 2750 ª C.
Fragmento de papiro escrito em caracteres hieráticos (sagrados), utilizados para os documentos administrativos.
Idade Média
O pergaminho, extraído da pele de animais, transforma-se na Europa medieval, no mais importante suporte para a escrita.
China 1 d. C.
A utilização do papel começa na China entre os séculos 1 e 3 d. C.
Na Itália é fabricado em Fabriano (região de Marche) por volta do século 12.
Alemanha 1934
A primeira fita magnética é produzida pela IG Farben (hoje Basf) para o gravador criado pela AEG.
Estados Unidos da América 1978
Apple e Tandy lançam no mercado o primeiro disquete. Até então, os programas para PC eram em cassete.
Japão 1982
Phillips e Sony lançam o CD (compact disk), primeiro suporte para gravação de sons. Na Europa, ele chega em 1983.
(Fonte: Revista Planeta, novembro de 2004 Edição 386 N° 32 Pág; 52/53/54)