“O MUNDO MUDOU, O CAPITALISMO MUDOU E AS GRANDES CORPORAÇÕES TORNARAM-SE TÃO ULTRAPASSADAS COMO A CORTE DO SÉCULO XVI.” FACUNDO GUERRA, sócio do Grupo Vegas

0
Powered by Rock Convert

“O MUNDO MUDOU, O CAPITALISMO MUDOU E AS GRANDES CORPORAÇÕES TORNARAM-SE TÃO ULTRAPASSADAS COMO A CORTE DO SÉCULO XVI.”

FACUNDO GUERRA, Sócio do Grupo Vegas

“As grandes corporações são algo tão ultrapassado como a corte do século 17”

Facundo Guerra, sócio do Grupo Vegas, diz ter saudades de férias remuneradas, 13o e plano de saúde. Mas defende que no mundo atual empreender será cada vez mais necessário

 

FACUNDO GUERRA, DO GRUPO VEGAS: NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA O MODELO TRADICIONAL DAS GRANDES EMPRESAS (FOTO: RICARDO CARDOSO/EDITORA GLOBO)

 

Facundo Guerra tem horror ao termo “rei da noite”. “Não sou rei de nada”, costuma dizer. A expressão, no entanto, anda meio grudada ao seu nome desde 2005, quando ele inaugurou o Vegas, casa noturna que ajudou a revitalizar a Rua Augusta, no centro de São Paulo, e cujo sucesso permitiu que ele forjasse uma das mais bem-sucedidas trajetórias empresariais da noite paulistana. Hoje, ele é sócio do Grupo Vegas (com 51% de participação) e tem sob o comando várias casas noturnas, o restaurante Riviera, além do Mirante Nove Julho (sob concessão).

Aos 43 anos, Guerra diz que vez ou outra ainda sente saudades dos tempos em que era funcionário de grandes empresas, com férias remuneradas, 13o. e plano de saúde. Mas defende que essa realidade (o emprego formal) será cada vez mais rara. “Empreender agora é um imperativo”, diz Guerra. “O mundo mudou, o capitalismo mudou e as grandes corporações tornaram-se tão ultrapassadas como a corte do século XVII”, diz.

 

Guerra foi um dos palestrantes de “São Paulo never sleeps”, durante o Festival de Cultura Empreendedora, iniciativa dos três veículos da Editora Globo especializados em economia e negócios — Pequenas Empresas & Grandes Negócios, Valor Econômico e Época NEGÓCIOS. Durante sua apresentação, Facundo Guerra contou que ele próprio decidiu abrir o primeiro negócio por absoluta necessidade, após enfrentar uma dura  demissão.

 

Formado em engenharia de alimentos pelo Instituto Mauá de Tecnologia, Guerra teve um início de carreira que parecia promissor – começou como trainee da Tetra Pak, passou pela American Express e, aos 30 anos, era gerente de conteúdo da AOL, em Miami, quando perdeu o emprego.

 

“O roteiro ideal para a vida era encontrar um bom emprego, casar, ter filhos, ser promovido, ter mais filhos, comprar um apartamento e uma casa na praia”, diz. “Eu, sinceramente, não pensava em empreender. Mas não queria deixar um buraco no meu currículo até encontrar outro trabalho”.

 

Ele usou o fundo de garantia para dar início a seu primeiro negócio com uma amiga de infância – e perdeu quase todo o dinheiro. Com o restante, decidiu investir em uma casa noturna em São Paulo. Abriu então o Vegas, em 2005, na rua Augusta. “Eu não bebo nada de álcool e nunca fui um cara da noite”, diz ele. “Mas entendia que esse tipo de negócio podia ser uma boa oportunidade.”

 

Guerra gosta de afirmar que teve sorte e que o Vegas deu certo “meio por acaso”. Mas ele próprio entende que a realidade não foi bem assim. “A sorte no fundo é saber aproveitar todas as possibilidades”, diz.

 

Antes de abrir o Vegas, Guerra peregrinou pelas então principais casas noturnas da cidade (como o D-Edge). Viu o que funcionava e o que poderia ser melhorado e implantou as novas ideias em seu novo empreendimento. Também realizou um amplo estudo sobre o mercado e, por fim, escolheu entre alguns dos pontos mais baratos para o imóvel – a Augusta, na ocasião, foi escolhida pelo baixo valor de aluguel.

 

“Eu sou o maior CDF”, diz Guerra. “Quando me interesso por um assunto, estudo muito e estou sempre ligado em tudo que acontece ao redor. Se chego em um lugar novo e gosto de algo, vou tentar descobrir o que é, de onde vem, por que está ali e depois penso em como aproveitar essas informações em outras coisas.”

 

Apesar do sucesso, ele assume que “sempre tem muito medo” cada vez que vai iniciar um novo projeto – o próximo de seus negócios será o Bar dos Arcos, que irá funcionar no subsolo do Theatro Municipal de São Paulo e cuja inauguração está prevista para o início de 2018.

 (Fonte: http://epocanegocios.globo.com – Festival da Cultura Empreendedora – NOTÍCIA / POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE – 20/10/2017)
Powered by Rock Convert
Share.