O Pasquim foi o primeiro e o mais influente jornal de oposição à ditadura militar
brasileira. Surgido em 1969, (a edição de estreia foi em 26 de junho) das mentes de Ziraldo, Millôr Fernandes, Jaguar, Prósperi, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, entre outros.
De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, que a princípio parecia exagerada, o semanário atingiu a marca de mais de 200 mil exemplares em seu auge, no meio dos anos 70. Surgiu como uma publicação comportamental
(falava sobre sexo, drogas, feminismo e divórcio, entre outros). O Pasquim foi se tornando mais politizado à medida que aumentava a repressão da ditadura, passando a ser porta-voz da indignação social brasileira.
Com um grupo fixo de jornalistas, a publicação contava ainda com a colaboração de nomes como Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa, Ruy Castro e Fausto Wolf. Em novembro de 1970, a redação inteira de O Pasquim foi presa
após o jornal publicar uma sátira do célebre quadro de dom Pedro às margens do Ipiranga.
Os militares esperavam que o semanário parasse de circular e seus leitores perdessem o interesse, mas durante o período que a equipe esteve presa, até fevereiro de 1971, O Pasquim foi mantido com colaborações de Chico Buarque, Antônio Callado, Rubem Fonseca, Odete Lara, Gláuber Rocha e inúmeros intelectuais cariocas. As prisões continuaram nos anos seguintes e, na década de 80, as bancas que vendiam O Pasquim passaram a ser alvo de atentados à bomba.
Mais da metade dos pontos-de-venda decidiram não mais repassar a publicação, temendo ameaças. Foi o princípio do fim de O Pasquim.
(Fonte: Correio do Povo Ano 114 Nº 133 Geral Cronologia/ RENATO BOHUSCH quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 Pág; 20)