Johnny Carson, o homem que todos os apresentadores de talk-show imitam.
O pai de todos
Johnny Carson (Corning, 23 de outubro de 1925 – Malibu, 23 de janeiro de 2005), humorista e comediante americano o homem que todos os apresentadores de talk-show imitam
Johnny Carson foi o pai de um gênero televisivo: o talk-show que combina entrevista e humor nos fins de noite.
No ar com seu programa The Tonight Show por trinta anos, a partir de 1962, ele se aposentou antes que a televisão paga se tornasse popular no Brasil e por isso é um ilustre desconhecido dos espectadores do país. Mas estabeleceu uma fórmula que foi copiada nos mínimos detalhes por seus sucessores inclusive pelo brasileiro Jô Soares, sem vergonha nenhuma.
David Letterman e Jay Leno, os grandes nomes dessa área na televisão americana, foram seus pupilos e também emulam sua receita. Assim como Carson, os três têm o mesmo padrão de abertura (seus programas começam sempre com um bloco de piadas), ambientação (da presença de uma banda à caneca sobre a mesa, as semelhanças são impressionantes) e estilo (suas entrevistas são calcadas em tiradas de humor para cima dos convidados).
Ao se aposentar, em 1992, Carson contabilizava 22.000 entrevistas. Passaram por seu sofá celebridades do cinema como Fred Astaire e Judy Garland, ídolos da música como Frank Sinatra e John Lennon e políticos como Martin Luther King e Bill Clinton. Carson foi sucedido no Tonight Show por Jay Leno e sempre circulou o rumor de que teria ficado desgostoso com isso, por achar que Letterman era seu herdeiro ideal.
Nos últimos tempos, veio à tona que contribuía com piadas para o programa de Letterman. Na vida pessoal, Carson era uma figura discreta e um fumante inveterado. Esse fator contribuiu para a deterioração de sua saúde: o apresentador lutava havia tempos contra um enfisema pulmonar, que acabou por matá-lo, aos 79 anos.
AS PIADAS
Mais do que arrancar informações dos entrevistados, Carson brincava com eles
O MICROFONE
O modelo à moda antiga ainda é usado pelo apresentador David Letterman
A CANECA
Carson tinha o utensílio sempre à mesa. Foi copiado por todos, inclusive pelo brasileiro Jô Soares
(Fonte: Veja, 2 de fevereiro de 2005 – Edição 1890 – ANO 38 – N° 5 – Memória – Pág; 101)