O PRIMEIRO A REPRODUZIR O PRESÉPIO DE NATAL DA CRISTANDADE
Normalmente quando pensamos em um presépio imaginamos uma representação em que vários animais domesticados aparecem em torno de uma manjedoura, onde uma criança repousa. Não é sem razão, mas é preciso dizer que presépio é antes de tudo um lugar de animais, onde se recolhe o gado, um curral ou estábulo. A origem da palavra latina para presépio é praesaepium, que entre muitas coisas descreve um lugar de habitação não muito convidativa. Por assim dizer a palavra presépio antes de lembrar o menino Jesus recorda um lugar de humilde habitação e de classe inferior: um lugar de animais e não de gente. As vezes a expressão era utilizada no mundo latino para denotar prostíbulo; ou seja um lugar social a ser desprezado por pessoas de reputação.
Nós conhecemos muito bem a história do nascimento de Jesus na distante Belém de Judá, que fica na Palestina. O menino Jesus nasceu em uma manjedoura em um presépio na pequena cidade natal de Davi. A condição do local já desenhava todo o quadro social da criança que chegava ao mundo sob o poder da poderosa Roma. O pequeno Jesus nascia na pobreza em um lugar humilhante; em um presépio. Temos, assim, a cena viva do que entendemos por presépio vivo, uma estrebaria na cidade de Belém.
Hoje em dia estamos acostumados em imaginar um presépio como uma representação da cena do nascimento do menino Jesus na distante Belém. A cena é silenciosa, estática e artificial. Mas dela procuramos reconhecer a vida que pulsava no pequeno Jesus, imaginar a pobreza que recebia o Filho bendito de Deus naquela que seria a mais bela de todas as noites da humanidade. Em alguns lugares o presépio é vivo no propósito de recuperar o brilho da humildade de Deus chegando ao mundo.
O menino Jesus foi o protagonista do primeiro presépio porque nele a figura humana é o centro das atenções. Os animais apenas participam como coadjuvantes, no lugar que até então era ocupado por eles. A humildade do Rei dos reis é derramada sobre a humanidade perdida nos presépios deste mundo. Muito mais tarde, além deste episódio marcante, quando as pessoas já não pensavam tanto na vida do presépio, que um dia recebera Jesus em seu Advento ao mundo, um homem que vivia entre os animais no campo e escondido nas grutas como um ermitão resolveu reacender a vida da representação do presépio natalino de Jesus.
No natal do ano de 1223, dentro de uma gruta situada num bosque perto do eremitério de Greccio (Itália), Francisco de Assis montou, ao vivo, o que seria o primeiro presépio depois daquele em Belém no nascimento de Jesus. Nosso conhecido Francisco de Assis procurou reproduzir a cena do nascimento de Jesus. Pessoas e animais da redondeza foram, agora, os protagonistas do primeiro presépio de Natal da cristandade, que se tem notícia. A partir de então, em muitas Igrejas e lares cristãos, é costume montar presépios. O propósito de Francisco de Assis foi ajudar as pessoas, principalmente as mais humildes, a captarem a cena do ambiente em que Jesus nasceu. Assim, o presépio nos lembra, fundamentalmente, a lição da humildade: …os homens querem ser grandes, os grandes querem ser reis, os reis querem ser deuses. E Deus? Deus resolveu tornar-se um ser humano em Jesus de Nazaré!(Frase de autor desconhecido).
(Fonte: Pão Quente Diário N.º 619 BELÉM E O PRESÉPIO – Rev. Oswaldo Molarino Filho – Igreja Presbiteriana Unida de Ramos RJ)