O primeiro acidente aéreo brasileiro

O primeiro acidente aéreo brasileiro

3 de dezembro de 1928: homenagem a Santos Dumont termina em tragédiaHidrovião com amigos do Pai da Aviação caiu na Baía de Guanabara

“Cobriu a manhã gloriosa de hoje o luto do maior desastre da aeronautica brasileira”. Essa era a manchete da edição vespertina do GLOBO de 3 de dezembro de 1928, que relatava uma tragédia ocorrida no Rio de Janeiro: a queda de hidroavião da Kondor Syndicate, ocupado por amigos de Santos Dumont. Em homenagem ao Pai da Aviação, que voltava da Europa para o Brasil, o grupo resolvera sobrevoar o navio SS Cap Arcona que trazia Dumont a bordo para despejar pétalas de rosas. Mas o aparelho caiu perto do chamada Parcel das Feiticeiras, na altura da Ilha das Cobras, e afundou. Entre passageiros, tripulantes e socorristas, morreram 14 pessoas.

Ainda na edição do dia 3 de dezembro, dois aviadores ouvidos pelo GLOBO davam a primeira versão para o acidente. Segundo eles, o aparelho, batizado de Hidroavião Santos Dumont, voava baixo quando, ao fazer uma curva, elevou um pouco a frente, para, logo em seguida, virar e chocar-se com a água. “O choque deu em resultado desprenderem-se as azas do aparelho e submergir a fuselage levando na cabine seus infelizes passageiros e tripulantes”, registrou o jornalista com a grafia da época.

A cidade, que preparara uma grande festa para recepcionar Dumont, ficou paralisada pela tragédia. Horas depois, numa edição extra, o jornal noticiou que testemunhas asseguravam ter visto e ouvido uma explosão antes da queda do avião. A investigação constatou que o aparelho caíra por falha humana. Os dois aviões contratados para homenagear Dumont tinham entrado em rota de colisão e obrigado os respectivos pilotos a arriscar manobras evasivas. Nessa tentativa, um dos aparelhos acabou caindo.

Deprimido com o acidente, Santos Dumont cancelou as festividades. Ao desembarcar, lamentou que tantas vidas tivessem sido perdidas. Além disso, acompanhou os trabalhos de buscas aos corpos e participou de todos os sepultamentos.

(Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos – FATOS HISTÓRICOS – 02/12/13)