O primeiro carro vendido na Suécia – o primeiro automóvel integralmente montado: o Scania Tonneau

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O 1º carro vendido na Suécia, em 1903; ele está no Museu da Scania

 

Scania Tonneau 1903 (Foto: Swedish Brass Cars/ Reprodução)

 

Quando surgiu o automóvel com motor a combustão, na segunda metade do século 19, a humanidade precisou entender, à base de tentativas e erros, qual a melhor forma de se produzir e vender o produto que mudaria nossa forma de locomoção.

Um hábito daquela época era vender de forma separada chassis e carrocerias. Imagine, por exemplo, adquirir a base de um carro da Volkswagen e aplicar sobre ela a cabine de um Peugeot. Era assim que funcionava e foi assim que surgiram companhias como a Pininfarina, especializadas somente no design de carrocerias.

A lógica começou a mudar, ainda de forma incipiente, no início do século 20. Em 1903, a Scania — hoje conhecida por fabricar veículos pesados, mas que produziu e revendeu carros de passageiro durante boa parte de sua história – decidiu vender na Suécia o primeiro automóvel integralmente montado: o Scania Tonneau.

Uma das pouquíssimas unidades fabricadas do modelo está no museu da marca em Södertälje, cidade a cerca de 30 quilômetros da capital sueca, Estocolmo, e onde fica localizada a principal linha de produção da fabricante.

 

Bagageiro tinha teto aberto (tal qual uma caçamba de picape) para levar mais duas pessoas em pé (Imagem: Leonardo Felix/UOL)

 

Novidades bizarras

Algumas soluções tecnológicas da época chegam a ser engraçadas para os padrões atuais, mas acredite: muitas são usadas até hoje.

O modelo exposto usava carroceria francesa (da Tonneau, daí o nome) e motor alemão, arquitetado pela Benz e montado pela Kämper. O propulsor, aliás, era um 2-cilindros de 1,85 litro, capaz de render impressionantes 8 cv de potência e alcançar incríveis 800 rotações por minuto.

Câmbio era manual de três marchas, e proporcionava as seguintes velocidades máximas: 9, 21 e 35 km/h. Suspensões usavam lâminas metálicas semi-elípticas e transmissão final às rodas traseiras eram feitas por corrente, tal qual ocorre até hoje em motocicletas de baixa capacidade cúbica.

 

Motorista ia à direita e contava com volante de madeira, acelerador no pedal esquerdo e reservatórios de óleo (Imagem: Leonardo Felix/UOL)

 

O Scania Tonneau pesa 710 kg e jura que consegue comportar até quatro passageiros, mas certamente não todos em sua fileira única de assentos — dois teriam de ir em pé na área do bagageiro, que é aberto ao estilo caçamba.

Sistema de ignição externa, da Bosch, usava um acumulador de energia. O modelo era equipado ainda com carburador e um “engendrado” sistema de lubrificação que contava com um reservatório de óleo… no painel do motorista.

Era o motorista que tinha de bombear lubrificante para o motor, em processo que incluía dosar individualmente o nível de óleo destinado às bronzinas. Caixa de direção contava com pinhão e cremalheira, itens ainda presentes em automóveis atuais. Pedais são invertidos: acelerador à esquerda do freio. Embreagem fica numa alavanca ao lado do câmbio.

O mais legal, porém, com certeza está no conjunto óptico formado por faróis e lanterna traseira de lamparina. Ah, e o Scania Tonneau funciona até hoje!

(Fonte: https://carros.uol.com.br/noticias – CARROS – UOL Carros/ Por Leonardo Felix Do UOL, em Södertälje (Suécia) – 18.04.2017)

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