O primeiro edifício residencial de luxo em São Paulo
Em 1932 a arquitetura de São Paulo foi alterada pelo surgimento de um prédio revolucionário, o edifício Columbus, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, com nove andares, esquadrias metálicas e aquecimento central.
A busca pela boa morada em condomínios verticais começa a aparecer à larga na cidade na década de 30, quando Rino Levi (1901-1965) identifica oportunidade na mudança de comportamento habitacional e aposta suas fichas no Edifício Columbus, prédio erguido na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, no centro.
Com quatro apartamentos por andar, foi o primeiro edifício residencial de luxo construído em São Paulo. Seu arquiteto, Rino Levi foi festejado.
A cidade vivia o tempo da construção de seus primeiros arranha-céus, como o Martinelli, que acabava de subir na Líbero Badaró. E o Columbus foi o primeiro edifício de apartamentos de luxo, projetado em 1928, construído em 1932, com 12 andares, a entrar no mercado. O prédio nasceu do desafio de “abrigar numerosas famílias e (…) oferecer-lhes o maior confôrto (sic) possível”, diz Levi no livro sobre sua arquitetura, publicado em 1974 em Milão. Os apartamentos do Columbus marcaram o jeito de morar na cidade que iniciava fase de forte crescimento.
“Do ponto de vista funcional, o prédio representava uma completa renovação nos hábitos paulistanos”, escreveu Nestor Goulart Reis Filho, comentando a obra do arquiteto. O Columbus, com seus mármores, granito preto, linhas retas e curvas, luzes e sombras, mostrou o expressionismo alemão por 40 anos – foi demolido em 1971.
Em 1939 o edifício ganhava um longo artigo elogioso na revista francesa “Architecture d’Aujourd’hui”.
Trinta e oito anos depois de seu surgimento festivo, o Columbus passou a ser anacronismo e foi implacavelmente golpeado, andar por andar, pelos operários da demolição. Ele foi construído numa época em que o espaço já começava a ser pouco para a construção de mais palácios ajardinados e desapareceu para dar lugar a outro fenômeno devorador do espaço das cidades – o automóvel. O Columbus surgiu para hospedar gente de bom gosto e caiu para dar espaço a uma garagem.
(Fonte: Veja, 30 de setembro de 1970 - Edição 108 - Brasil – Pág: 14)
(Fonte:http://sao-paulo.estadao.com.br – BLOG DA GAROA – HISTÓRIAS DE SÃO PAULO/ Por PABLO PEREIRA – 21 Junho 2010)
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(texto publicado em O Estado de S.Paulo)