O primeiro país da União Europeia a reconhecer o Estado da Palestina

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Suécia torna-se no primeiro país da União Europeia (UE) a reconhecer o Estado da Palestina

Israel encerra Pátio das Mesquitas aos muçulmanos depois de ataque contra ativista judeu de extrema-direita. Abbas fala em “declaração de guerra”.

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, “saudou a decisão da Suécia”, primeiro país membro da União Europeia (UE) a reconhecer a Palestina como um Estado. Para o líder palestiniano, trata-se de uma decisão “corajosa e histórica” – os Estados Unidos já a consideraram “prematura” e Israel já protestara assim que a possibilidade começou a ser falada.

Há 135 países no mundo que reconhecem a Palestina, incluindo sete membros da UE, mas que anunciaram esse reconhecimento antes de o serem: a República Checa, a Hungria, a Polónia, a Bulgária, Malta e Chipre. A Suécia é, por isso, o primeiro da União Europeia a fazê-lo.

Esta decisão “confirma o direito dos palestinianos à autodeterminação”, escreve a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Margot Wallström, numa carta publicada no diário Dagens Nyheter. “Tenho medo que seja tardia mais do que prematura”, afirma sobre esta decisão, explicando que o seu Governo “considera que os critérios de direito internacional para um reconhecimento do Estado da Palestina estão cumpridos”: um território, “ainda que sem fronteiras fixas”; uma população e um governo.

A ministra sueca diz ainda esperar que “isto mostre o caminho a outros”.

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, reagiu dizendo que “a Suécia deve compreender que o Médio Oriente é mais complicado que um móvel IKEA”.

O anúncio sueco chega num momento em que as últimas tentativas para resolver o conflito israelo-palestiniano estão num impasse absoluto e já ninguém espera que conduzam a nada. Ao mesmo tempo, as tensões em Jerusalém estão ao rubro, após uma série de incidentes. Na noite de quarta-feira um palestiniano foi morto a tiro depois de ter disparado e ferido um activista de extrema-direita israelita.

Em reação, o Pátio das Mesquitas “está interdito até nova ordem a todos os visitantes, mas de forma excepcional, aos muçulmanos que aqui vêm orar por causa das tensões atuais”, afirmou a porta-voz da polícia israelita, Luba Samri. É a primeira vez nos últimos 14 anos que Israel impõe uma restrição total (restrições parciais quando há medo de violência são esporadicamente impostas a homens com idades inferiores a 45 anos). Abbas diz que esta decisão equivale a uma declaração de guerra.

Yehuda Glick ficou gravemente ferido e foi operado ao peito e ao abdómen. O ataque aconteceu quando a vítima regressava de uma conferência onde se discutia as reivindicações dos judeus a rezarem na zona muçulmana do complexo a que chamam Monte do Tempo (e que os palestinianos chamam Haram al-Sharif), o sítio mais sagrado para o judaísmo mas onde se ergue a mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do islão, depois de Meca e Medina.

Glick é um conhecido defensor do direito dos judeus a rezarem em todo o Monte do Templo.

 

 

(Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia -1674590 – PÚBLICO – 30/10/2014)

 

 

 

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