Transplante facial torna-se histórico
Cleveland – A primeira pessoa a passar por um transplante facial quase total no mundo – e o primeiro realizado nos Estados Unidos – foi apresentada dia 6 de maio pela primeira vez ao público. Connie Culp, 46, teve parte da face destruída por um tiro de espingarda disparado pelo seu marido em 2004. Como a bala atingiu seu nariz, as bochechas, o maxilar e um olho, Culp vivia com centenas de fragmentos do projétil e de ossos alojados no rosto. Para que ela pudesse respirar, teve de ser feita uma abertura na traqueia.
Depois de passar por dezenas de procedimentos médicos nos últimos cinco anos, Culp recebeu o transplante em 10 de dezembro passado na Clínica Cleveland (Ohio). Ela voltou a falar, sentir cheiros e provar alimentos. Os cirurgiões transplantaram quase 80% de seu rosto utilizando o tecido facial de uma mulher morta, colocado nela como uma máscara. A diretora de pesquisa em cirurgia plástica da clínica, Maria Siemionow, estimou que o transplante “foi a restauração
funcional mais complexa já realizada no mundo”.
A paciente não comentou o motivo de seu drama, mas a imprensa local contou que seu marido, Thomas, disparou contra ela à queima-roupa em 2004, antes de tentar o suicídio. Entretanto, ele fracassou e foi condenado a sete anos de prisão. Este foi o quarto transplante facial bem sucedido realizado até agora. O primeiro foi feito por médicos franceses em 2005, em uma mulher de 38 anos, Isabelle Dinoire, desfigurada depois de ter sido atacada por seu cachorro.
(Fonte: Correio do Povo – ANO 114 – Nº 219 – Internacional – 7 de maio de 2009 – Pág; 15)
Connie Culp, primeira pessoa a receber um transplante de face nos EUA
A mulher teve seu rosto deformado após levar um tiro de espingarda disparado por seu marido, em 2004.
Connie Culp recebeu ossos, músculos, nervos, pele e vasos sanguíneos de uma doadora 4 anos após levar um tiro do próprio marido no rosto
Connie Culp, a primeira pessoa a receber um transplante de face nos Estados Unidos, morreu em 30 de julho aos 57 anos.
Em uma rede social, a Cleveland Clinic, responsável pelo transplante em 2008, disse que “Connie era uma mulher incrivelmente corajosa e vibrante, e uma inspiração para todos”.
“Ela foi uma grande pioneira e sua decisão de se submeter a um procedimento às vezes prejudicial é um presente duradouro para toda a humanidade”, completou o comunicado.
Tiro no rosto
Em 2004, Connie Culp levou um tiro de espingarda no rosto disparado por seu marido. Quatro anos depois, um procedimento de 22 horas transplantou em Connie o rosto de uma mulher morta.
A espera de quatro anos por um doador terminou com a reconstrução de 80% de sua face, com a transferência de ossos, músculos, nervos, pele e vasos sanguíneos. Antes do transplante, ela já havia passado por ao menos 30 cirurgias para correções.