O primeiro vencedor da prova de Fórmula 1 no Brasil
Setentão a 300 km/h
O Grande Prêmio Internacional Cidade de São Paulo, realizado em 1936 nas ruas do Jardim América, não é lembrado só pela presença de Chico Landi e outros grandes pilotos. Outra forte marca é o acidente da piloto francesa Hellé-Nice, que causou a morte de vários espectadores. Com isso, a segurança das provas passou a ser questionada. Criar um autódromo, algo inédito no Brasil.
O projeto ficou a cargo do engenheiro britânico Louis Romero Sanson, da empresa Auto-Estradas S.A. (AESA). O projeto era uma pista com 80% do traçado de 8 km visível ao público. Localizado entre dois lagos artificiais, o nome não poderia ser outro: Interlagos. Após três anos de construção, o Automóvel Club do Brasil liberou seu funcionamento no fim de 1939, mas devido às chuvas, a primeira prova só ocorreu no dia 12 de maio de 1940. O III Grande Prêmio Cidade de São Paulo teve a participação de pilotos estrangeiros, como Domingo Ochoteco (Argentina) e Vasco Sameiro (Portugal). Mas, em sua inauguração, a vitória foi do Brasil: Nascimento Junior, com um Alfa Romeo.
Em 1954, a prefeitura comprou o autódromo e, em 1956, realizou a primeira edição das Mil Milhas, vencida pela dupla Catharino Andreatta/Breno Fornari, com uma carretera Ford V8. Em 1970, Interlagos foi palco do filme Roberto Carlos a 300 km/h. Dois anos depois, era a vez da Fórmula 1, numa prova que não contou pontos para o Campeonato Mundial. No ano seguinte, já valendo pontos, Emerson Fittipaldi foi o primeiro vencedor da prova no Brasil, com seu Lotus Ford 72D.
A F-1 deixaria o autódromo em 1978 e em 1982, indo para o Rio de Janeiro, onde ficou até 1989. Para garantir sua volta a São Paulo, o autódromo, agora chamado de José Carlos Pace (em homenagem ao piloto morto em 1977), mudou e perdeu metade do traçado original, indo para 4309 metros.
(Fonte: Quatro Rodas Edição 604 Maio de 2010 – Via expressa Por Rogério Ferraresi Pág; 34)