“O universo e a vida têm complexidade suficiente. Não precisamos importar a complexidade inventada da teologia.”
Richard Dawkins, biólogo e escritor inglês, conhecido pela vigorosa defesa do darwinismo e do ateísmo. Como cientista, é autor do best-seller O Gene Egoísta, que há quarenta anos deflagrou o debate sobre a relevância do gene na evolução das espécies, e inventou o termo “meme”, entendido como o gene da evolução cultural.
Como ateu, é autor de outro best-seller, Deus, um Delírio, de 2006, que virou porta-bandeira do movimento dos ateus. Nu sentido trivial, religião e ciência são compatíveis. Cientistas são crentes no sentido de Albert Einstein, que disse: “Eu acredito no Deus de Espinoza, que se revela na harmonia de tudo o que existe, e não num Deus preocupado com o destino e as ações da humanidade.”
Como aposentado, foi professor de Oxford, Dawkins lançou o primeiro volume de sua autobiografia no Brasil, Fome de Saber. No livro, ele exibe toda a sua curiosidade e sua fleuma de inglês colonizador, adquiridas talvez na infância passada no Quênia, onde seu pai trabalhava como agrônomo no Serviço Colonial. Nascido em Nairóbi, Dawkins mudou-se para a Inglaterra aos 8 anos.
Fez uma carreira brilhante como defensor incandescente da teoria de Charles Darwin (1809-1882) e, depois, como príncipe dos ateus, ao denunciar a religião como retrógrada, contra o progresso da ciência e manipuladora de corações e mentes.
Como darwinista apaixonado, Richard se pergunta por que Darwin demorou tanto a publicar sua teoria. Pois alguém poderia descobri-la antes. E, de fato, foi o que aconteceu, pois, Alfred Russel Wallace (1823-1913) acabou descobrindo antes.
(Fonte: Veja, 27 de maio de 2015 – ANO 48 – N º 21 – Edição 2427 – Entrevista/ Richard Dawkins/ Por André Petry – Pág: 13/17)