Octalles Marcondes Ferreira (1900-1973), diretor geral da Companhia Editora Nacional

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Octalles Marcondes Ferreira (1900-1973), diretor geral da Companhia Editora Nacional, que desde a fundação da empresa, em 1926, comandou a impressão de 10 000 títulos, no total de mais de 200 milhões de exemplares; em 1919, atendendo a anúncio de Monteiro Lobato em busca de gerente para a editora que pretendia criar, Octalles, então com dezoito anos, transformou-se, como ele dizia, no “& Cia.” da empresa Monteiro Lobato & Cia., das primeiras, ao lado da Cia.

Melhoramentos de São Paulo e da Livraria do Globo de Porto Alegre, a imprimir livros no país (até então, as obras de autores nacionais eram impressas na França, em Portugal e na Inglaterra); falida a Monteiro Lobato em 1924, dois anos depois Lobato e Octalles fundaram a Companhia Editora Nacional, tendo Lobato deixado a empresa em 1929; seus grandes lançamentos foram a Biblioteca Pedagógica Brasileira, que inclui a coleção Brasiliana (com mais de quatrocentos títulos, reunindo desde Nina Rodrigues e Gastão Cruls até Florestan Fernandes e Sérgio Buarque de Holanda), e livros didáticos, campo em que sua editora alcançou especial projeção, e ainda a Coleção Terramarear, destinada à infância e juventude, mas que divulgou escritores como Jack London e formou o hábito de leitura em toda uma geração de brasileiros;

Fundador também da Editora Civilização Brasileira, que transferiu a seu genro Ênio Silveira; lançou escritores como Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, Eduardo Carlos Pereira e Oswaldo Sangiorgi; deixou programação de lançamentos de duzentos a trezentos títulos por ano, dos quais cinquenta a setenta primeiras edições, e de pagamento de direitos a tutores brasileiros no valor de 3 milhões de cruzeiros anuais. Octalles morreu no dia 7 de março de 1973, aos 72 anos, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 14 de março, 1973 – Edição n.° 236 – DATAS – Pág; 11)

Companhia Editora Nacional
Quando a inicial Cia. Gráfico-Editora Monteiro Lobato entrou em colapso, Octalles Marcondes Ferreira (1900-1973), que fora seu auxiliar, se tornara seu sócio, e dois meses antes da liquidação final da editora, persuadiu Lobato a constituir uma nova editora. Em novembro de 1925, a Companhia Editora Nacional já estava constituída e se preparava para publicar uma versão, supervisionada por Lobato, do primeiro livro escrito no Brasil no século XVI, o relato de Hans Staden, “Meu Cativeiro Entre os Selvagens Brasileiros”, numa tiragem de 5 mil exemplares.

Enquanto Octalles permanecia em São Paulo, Lobato dirigia a filial do Rio de Janeiro; em viagem aos Estados Unidos, e devido à especulação na bolsa de valores e ao crash de outubro de 1929, Lobato precisou vender a Octalles suas ações da editora, para cobrir os prejuízos. Vendeu sua parte ao irmão de Octalles, Themistocles Marcondes Ferreira, que até a morte, em 1965, foi diretor-presidente da editora. Toda a parte administrativa da editora passou a ser feita por Octalles, e Lobato passou a contribuir apenas como autor e tradutor.

A editora começou a investir, aos poucos, em títulos educacionais. Uma análise da editora, feita em 1933, expõe que entre os 1.192.000 exemplares produzidos naquele ano, 467 mil eram de títulos educacionais, 429.500 de livros infantis (entre eles, 90 mil eram de Lobato) e 107 mil de literatura popular.

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