Orlando Silva, estrela de brilho próprio, expoente de um estilo vocal, o Cantor das Multidões.

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Não se pode falar na música brasileira da primeira metade do século 20 sem mencionar dois grandes nomes: Francisco Alves (1898 – 1952), o Rei da Voz, e Orlando Silva (1915 – 1978), o Cantor das Multidões. Ambos foram expoentes de um estilo vocal que seria um tanto repudiado depois de a bossa nova consagrar o banquinho-e-violão de João Gilberto – embora o baiano tivesse o carioca Orlando, entre seus ídolos no início da trajetória.

Na verdade, os caminhos de Chico Viola e Orlando Silva se cruzaram em 1934, quando o primeiro já era um artista consagrado e o segundo, um aspirante a cantor. Impressionado com o talento do jovem, Alves convidou-o a participar de seu programa na Rádio Cajuti. Foi o impulso que ajudou Orlando Silva a firmar-se como estrela de brilho próprio, gravando logo adiante sucessos como Chora, Cavaquinho e Lábios que Beijei.

Diferentemente de Chico Alves, que morreu em um acidente de carro quando ainda era cantor de sucesso, Orlando Silva experimentou altos e baixos. Depois de sete anos consecutivos de grande popularidade, o cantor perdeu gradativamente o brilho – conta-se que o cantor era viciado em morfina e que isso teria prejudicado sua voz. O que não o impediu de seguir cantando nos anos que se seguiram.

Sobre a escolha do repertório, Orlando Silva tinha um critério claro: “Só canto o amor, a beleza. Só gravo músicas com sensibilidade.”

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N.° 17.163 – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – Postado por Luís Bissigo – 3 de outubro de 2012)

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