OS PRIMEIROS HOMENS A CHEGAR AO TOPO DA MONTANHA MAIS ALTA
Expedição pode mudar história da conquista do Everest
Câmera perdida em 1924 é procurada
Uma câmera fotográfica perdida há quase 80 anos na imensidão do Everest pode esclarecer um mistério e mudar os registros da História. Oito décadas depois do desaparecimento dos alpinistas britânicos George Mallory e Andrew Irvine nas encostas do colosso de rocha e gelo de 8.848 metros, uma expedição partiu em busca da pequena máquina que os aventureiros supostamente carregavam.
Acredita-se que a câmera possa esclarecer se Mallory e Irvine foram ou não os primeiros homens a chegar ao topo da montanha mais alta do mundo, localizada entre o Nepal e o Tibet. A história da aventura dos dois britânicos ficou sem final, e o maior mistério persiste até hoje: os alpinistas morreram subindo, ou já na descida do pico? Eles desapareceram quando tentavam conquistar a montanha em junho de 1924, quase três décadas antes de o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay entrarem para a galeria de heróis do século 20 como os dois primeiros aventureiros a chegarem ao topo, em 1953.
Mallory, 37 anos, e Irvine, 22 anos, foram vistos pela última vez por um companheiro de expedição quando se dirigiam ao cume. Com novas evidências, uma expedição promovida pelo site especializado em montanhismo EverestNews.com espera encontrar o corpo de Irvine e a câmera Kodak VPK que supostamente levavam quando iniciaram a subida, na manhã de 8 de junho de 1924. O corpo de Mallory foi encontrado em 1999. George Martin, gerente do EverestNews.com, disse que o filme branco e preto da máquina pode estar intacto, apesar do clima adverso.
– Os especialistas acreditam que ainda será possível revelar o filme depois de todos esses anos – afirmou Martin.
Aos 83 anos, Hillary voltou ao Nepal no ano passado para comemorar os 50 anos de sua conquista. O sherpa Tenzing (os sherpas, que costumam servir de carregadores e guias no Himalaia, são um povo que habita a região entre Nepal, Índia e Tibet) morreu em 1986.
(Fonte: Jornal Zero Hora – 27 de abril de 2004 EUROPA LONDRES – Edição nº 14128)