Óscar Bento Ribas (Luanda, 17 de agosto de 1909 – Cascais, 19 de junho de 2004), escritor e etnólogo angolano
Óscar Bento Ribas nasceu em Luanda a 17 de Agosto de 1909, tendo-se destacado como um dos maiores escritores angolanos no domínio da investigação social.
Concluiu o liceu em Angola, frequentou um curso comercial em Portugal e chegou a ser funcionário público na Direção dos Serviços de Fazenda e Contabilidade de Luanda.
Óscar Ribas acabou por reformar-se cedo devido a uma doença que o deixou cego aos 36 anos, tendo-se mudado para Portugal onde vivia desde 1983.
Iniciou a sua atividade literária ainda no liceu, tendo publicado as novelas “Nuvens que passam”, em 1927, e “Resgate de uma falta”, em 1929. Em 1950 publicou “Flores e Espinhos Uanga”, e dois anos mais tarde “Ecos da minha terra”.
Em toda a produção literária posterior, Óscar Ribas revelou uma profundamente preocupação com os temas da literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundu.
Destas preocupações resultam a sua bibliografia dos anos 60, nomeadamente “Ilundo – Espíritos e Ritos Angolanos (1958)”, “Missosso” (1961), “Alimentação regional angolana” (1965), “Izomba – Associativismo e recreio” (1965), “Sunguilando – Contos tradicionais angolanos” (1967), “Kilandukilu – Contos e instantâneos” (1973), “Tudo isto aconteceu – Romance autobiográfico” (1975) e Dicionário de Regionalismos angolanos.
Óscar Ribas foi diversas vezes distinguido com prêmios e títulos de honra, entre os quais se destacam o Prêmio Margaret Wrong (1952), Prêmio de Etnografia do Instituto de Angola (1959) e o Monsenhor Alves Cunha (1964).
Óscar Ribas, de 95 anos, faleceu em Cascais, em 19 de junho de 2004.
(Fonte: https://www.publico.pt/2004/06/20/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON / Por Lusa – 20 de Junho de 2004)