Oscar Sala, pioneiro da física nuclear no Brasil

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Oscar Sala (Milão, 26 de março de 1922 – São Paulo, 2 de janeiro de 2010), pioneiro da física nuclear no Brasil

O físico Oscar Sala trabalhou em pesquisas no campo dos raios cósmicos, obtendo a primeira medida do coeficiente de absorção das radiações cósmicas geradoras dos chuveiros penetrantes – estudo relativo à energia atômica. Desenvolveu o projeto do acelerador eletrostático encomendado pela USP, do tipo Van der Graaf, o primeiro a utilizar feixes pulsados para estudos sobre reações nucleares com nêutrons rápidos. Mais tarde, desenvolveu novo tipo de voltímetro diferencial para altas tensões. Todos estes estudos são utilizados na física nuclear. Oscar Sala também participou da construção de transmissores de rádio portáteis para o exército, durante a Segunda Guerra, trabalhando no Departamento de Física da USP. 

Foi responsável pelo Acelerador Pelletron no Instituto de Física da USP. Nasceu em 26 de março de 1922, em Milão, Itália. Veio cedo para o Brasil, onde obteve a nacionalidade brasileira. Participou do Grupo Científico Internacional de Trabalho sobre Dados Nucleares, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica, em Varsóvia e Tóquio. Integrou o grupo de trabalho Brasil-Estados Unidos, organizado pela National Academy of Sciences e pelo CNPq. Foi diretor-científico da FAPESP, presidiu a Sociedade Brasileira de Física, a SBPC, a Associação Interciência das Américas e outras entidades.

Biografia

Oscar Sala ingressou em 1941 no curso de Física da FFCL da USP. Nesse mesmo ano, passou a auxiliar Gleb Wataghin em suas pesquisas no campo dos raios cósmicos, dedicando-se à construção de novos aparelhos de detecção. Em 1942, em colaboração com Wataghin, obteve a primeira medida do coeficiente de absorção das radiações cósmicas geradoras dos “showers” penetrantes. Ainda estudante, participou do esforço de guerra em que se envolveu o Departamento de Física da USP, incumbido da construção de transmissores portáteis para o Exército. Bacharelando-se em 1945, tornou-se Assistente da Cadeira de Física Geral e Experimental, regida por Marcello Damy. Chefe do Departamento de Física Nuclear da USP nos períodos de 1970-1979 e 1983-1987 tornou-se Professor Emérito do Instituto de Física da mesma Universidade em 1994. Orientou as teses de mestrado e doutorado de vários pesquisadores.

Em 1946 seguiu para os EUA, amparado por bolsa da Fundação Rockefeller, a fim de estagiar na Universidade de Illinois sob a orientação de M. Goldhaber, com quem desenvolveu vários trabalhos, inovando a técnica para utilização dos osciloscópios eletrônicos em mensurações de vidas médias dos nuclídeos isômeros. Essa técnica foi precursora na produção de modernos instrumentos multicanais.

Em 1948 transferiu-se para a Universidade de Wisconsin para elaborar, juntamente com R. Herb, o projeto do acelerador eletrostático encomendado pela USP, do tipo Van der Graaf, o primeiro a utilizar feixes pulsados para estudos sobre reações nucleares com nêutrons rápidos, importante para pesquisas na área de energia nuclear. Mais tarde, desenvolveu novo tipo de voltímetro diferencial para altas tensões, usado para controlar a energia de Van der Graaf. Em 1962 conquistou a Cátedra de Física Nuclear e, em 1972, foi responsável pela montagem e projeto parcial do Acelerador Pelletron no Instituto de Física da USP introduzindo várias modificações para torná-lo mais eficaz, preciso e confiável. Trabalhou também na Escola de Verão de Física, organizada pela Pan-American Union, em Bariloche, Argentina, em 1960.

Participou do Grupo Científico Internacional de Trabalho sobre Dados Nucleares, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em 1964, em Varsóvia, e em 1965, em Tóquio. Integrou, em 1966, o grupo de trabalho Brasil-Estados Unidos, organizado em Itatiaia, Rio de Janeiro, pela National Academy of Sciences e pelo CNPq. Fez parte do Workshop sobre Física dos Íons Pesados, do Instituto Niels Bohr da Dinamarca, em 1973. Foi Diretor-científico da FAPESP (1969-1974) e membro do Conselho Deliberativo do CNPq (1964-1968), do Conselho Diretor do Centro Latino-Americano de Física (1968) e do Comitê Internacional sobre Estrutura Nuclear (Kingston, 1960), do Simpósio de Física Nuclear de Baixa e Média Energia (Manchester, 1963), do Congresso Internacional de Física Nuclear (EUA, 1966), do Grupo Científico Internacional de Exame dos Dados Nucleares (1964-1965) e de várias reuniões da Sociedade Americana de Física.

Presidiu a Sociedade Brasileira de Física (1968-1971), a SBPC (1973-1979), da qual é Presidente de Honra, a Associação Interciência das Américas (1975-1979), a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1985-1987) e o Conselho Superior da FAPESP (1983). Pertence à Academia de Arte e Ciências dos EUA, à Academia de Ciências do Terceiro Mundo, à Sociedade Americana de Física, à Sociedade Brasileira de Física e à American Association for the Advancement of Science. Publicou grande número de artigos em revistas especializadas sobre raios cósmicos, Física Nuclear, instrumentação e Física de Aceleradores.

Entre outros prêmios recebeu a medalha de Honra ao Mérito da SBPC em 1973.
De 1989 até 1995 ocupou a presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Pesquisas

Física nuclear.
Aceleradores nucleares.
Ultra alto vácuo.
Instrumentação.

Títulos

Bacharel (Física) – Universidade de São Paulo, USP – 1945.
Professor catedrático (Física nuclear) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, FFCL/USP – 1962.
Professor emérito – Instituto de Física, IF/USP – 1994.

 

(Fonte: http://www.abc.org.br/~osala – por Raquel Velloso)

(Fonte: http://www.canalciencia.ibict.br/notaveis/oscar_sala – NOTÁVEIS)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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