Oswaldo Brandão (Taquara, 18 de setembro de 1916 – São Paulo, 29 de julho de 1989), um dos mais ativos treinadores da história do futebol brasileiro. Brandão marcou sua trajetória de mais de cinquenta anos dedicados ao esporte com um estilo duro com os dirigentes, que ele mantinha longe dos gramados, e carismático com os jogadores, que o tratavam respeitosamente por “Mestre”.
A ortodoxia dos esquemas de jogo era a sua marca registrada – para ele, o camisa 5 deveria jogar fixo no meio do campo, o número 7 na ponta direita e o 11 na esquerda, num estilo que contraria os técnicos modernos, onde o número no costado de um atleta pouco ou nada tem a ver com sua posição em campo. Brandão amealhou títulos em praticamente todos os times que dirigiu, no Brasil e no exterior.
No Uruguai, foi campeão com o Peñarol e, na Argentina, onde é idolatrado, deu várias vezes a volta olímpica dirigindo o Independiente. Mas foi em campos brasileiros que o velho treinador conheceu suas maiores glórias e também suas maiores frustrações.
Campeão pelo São Paulo e pelo Palmeiras, na década de 70 – na época em que a equipe palmeirense era chamada de “Academia” -, foi como técnico do maior adversário dessas duas equipes, o Corinthians, que ele viveu seus momentos mágicos.
Campeão com a equipe corintiana em 1954, ele voltou a dirigir o time em 1977, para torná-lo novamente campeão paulista, depois de mais de duas décadas de espera. Idolatrado no Corinthians, Brandão, no entanto, não teve a mesma sorte na Seleção Brasileira. Técnico do Brasil em 1957, antes da Copa da Suécia, foi apeado do cargo para dar lugar a Vicente Feola (1909-1975).
Vinte anos depois, na eliminatória da Copa de 1978, cedeu seu lugar a Cláudio Coutinho, depois de um empate com a Seleção Colombiana. Brandão morreu dia 29 de julho de 1989, aos 72 anos, de câncer linfático, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 9 de agosto, 1989 – Edição n° 1091 – DATAS – Pág; 106)