Ottone Zorlini, pintor, escultor, desenhista, ceramista ítalo-brasileiro.

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Ottone Zorlini (Treviso, 20 de setembro de 1891 – São Paulo, 6 de junho de 1967), pintor, escultor, desenhista, ceramista ítalo-brasileiro.

O nome de Zorlini permaneceu restrito a alguns poucos colecionadores paulistanos e aos colegas de trabalho do artista na década de 30: Alfredo Volpi, Aldo Bonadei, Mário Zanini, praticamente até maio de 1975, quando o Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugurou uma retrospectiva do artista.

Um dicionário das artes plásticas brasileiras lhe dedica exatamente doze linhas. Não se tratou, contudo, de erro de pesquisa.

Em companhia dessas personagens famoasas (integrantes do comenatdo Grupo Santa Helena), Zorlini costumava pintar ao ar livre, nos fins de semana, nos arredores de São Paulo. Mas não teve a mesma sorte dos amigos quando, em 1971, todo o Grupo foi supervalorizado no mercado de arte pela exuberante eficiência da extinta Collectio.

Quem aponta as razões da exclusão é o próprio Giancarlo Zorlini, filho do pintor: “O dono da galeria esteve lá em casa umas três vezes. Mas faltou um acordo financeiro. As propostas eram francamente irrisórias.”

Outra face – Nascido em Treviso, Itália, em 20 de setembro de 1891, e falecido em São Paulo em 6 de junho de 1967, Zorlini chegou ao Brasil com 36 anos, já artista formado, após participar, inclusive, da Bienal de Veneza. Não partilhava, assim, da origem comum do Grupo Santa Helena, praticamente formado de artesão no começo da carreira e necessariamente espontâneos. De semelhante, somente as dificuldades que atravessou. Para sobreviver, dedicou-se sobretudo à escultura, atendendo a encomendas de monumentos, túmulos e bustos. E, embora mais tradicional, tornou-se esse o lado mais divulgado de sua produção.

Planejada desde 1973, por sugestão do diretor do Museu de Arte de São Paulo, Pietro Maria Bardi, a retrospectiva serviu para revelar a outra face do artista. Da mostra constou várias esculturas. Foi, porém, os 150 óleos – em grande parte enfáticas paisagens, de pinceladas rápidas e incisivas, e aparentadas às obras de Volpi na década de 30 – o que mais se destacou. Justificando assim a afirmativa do filho Giancarlo: “A pintura, afinal, era o verdadeiro élan de sua vida.”

(Fonte: Veja, 4 de junho de 1975 – Edição 352 – ARTE/ Por Olívio Tavares de Araújo – Pág: 95)

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